Friday, March 28, 2008

the demon barber



Esta é uma ode às almas perdidas. É o anti-musical: o completo oposto à ideia pré-concebida do que um musical deve ser ou do que uma personagem principal deve ser. Aqui não há felicidade. Não há cor. Não há multidões a dançar em simultâneo e a erguer a heroína em braços. Há sim muita dor, muita amargura, muita tristeza. É claro que aqui e ali cai num lugar-comum ou outro: em quase todos os musicais há um parvo doente de amor pela filha dum personagem crucial que passa grande parte do tempo a cantar o nome dela aos céus e pouco mais faz. Mas, num todo, é algo de completamente diferente, e só não digo novo porque a peça original já conta com algum tempo.

Gostei muito da imagem sombria, em contraste com a cor vibrante do flashback. Marca logo o tom para o que se segue, e tira de imediato a ideia de um final feliz. A sujidade e miséria dos bairros pobres da Londres vitoriana está belíssimamente representada no exagero das caras de cor pastosa e olheiras profundas, roupas rasgadas, esgares famintos. Adorei a referência ao Bethlam Asylum - embora ténue, há poucas coisas que me impressionem mais do que os manicómios daquele tempo.

É certo que por vezes há cantorias que fazem perder um pouco a paciência, parecem um entrave ao avanço da história. Mas, tradicional ou não, é um musical. Não sei bem o que escrever mais dado a hora que é, mas, no compto geral, gostei bastante; imenso a nível visual, aliás.

1 comment:

coffee and tv said...

huhum...é um filme mto bom embora não tenha visto 30 min. É triste mas os filmes não tem de acabar sempre bem e este é um musical e os musicais não tem de acabar sempre bem também mas que é isto o mundo perfeito?
mas pronto é um film embora triste e com sangue não deixa de ser bonito, e extremamente interessante aconselho.