Thursday, November 29, 2007

Wednesday, November 28, 2007

Passou a diligência pela estrada, e foi-se;
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
Assim é a acção humana pelo mundo fora.
Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;
E o sol é sempre pontual todos os dias.

Alberto Caeiro

o trabalhinho

Ça fait long temps (nota-se, já está meio apagadinho).

And I can't go back to that unproductive state of mind.

Ontem foi uma tarde bem produtivazinha, se virmos as coisas de determinado ponto de vista. Peguei nas minhas tamanquinhas e fui trabalhar - não estava lá ninguém. Como dizem os Conchords, conditions are perfect. Era só eu, o quadro e o iPod. Foi tranquilo, adiantei um bom bocado... consegui acabar mais uma fila de quadrículas e começar outra. Trabalhar na pintura não deixa de ser curioso - e não só naquela, mas em pintura no geral - porque nunca se sabe ao certo o que se vai encontrar por baixo da camada de verniz envelhecido e sujidade. Durante anos tive aquele quadro pendurado por cima do sofá e sempre me habituei a vê-lo como uma pintura em tons outonais, um fim de tarde de Outono no campo, em tons de castanhos e verdes. Comecei a limpar, e descobri um fim de tarde de Primavera, com um céu brutalmente azul e nuvens brancas em vez de amarelas. Os verdes das árvores são muito mais vivos do que aparentavam. Não sei, acho curioso. Não é aquela coisa limitativa de peças isoladas de madeira ou metal ou o que seja que é só aquilo e mais nada. Há todo um processo de "vamos lá ver o que está por baixo disto". Agora a seguir vai ser escultura. Não é coisa que me motive muito. Escultura significa reintegração cromática e preenchimento de lacunas, que são precisamente as duas coisas que mais me exasperam.

Provavelmente a formação em contexto de trabalho vai ser nos Clérigos. Ou nos Clérigos ou em Lordelo, mas, mesmo desmotivadíssima, prefiro os Clérigos. Dá certa pinta dizer "estou a restaurar um retábulo nos Clérigos". A parte não tão bonita é que vou ter que andar a trepar andaimes! Hooray.

Tuesday, November 27, 2007

HO YES!

Devido a uma associação de ideias que não interessa agora para o caso, lembrei-me de rever um sketch que já tinha visto antes, mas graças à má qualidade da cópia que tenho nunca tinha reparado numa coisa crucial. Que há uma série de incidentes que fazem isto ser ainda mais perfeito. Notar: desde o início, a contenção do Terry Jones que se desmancha quando o Eric Idle lhe atira com a tarte falsa para a cara; o Graham Chapman a encobrir o Terry Jones quando a peruca lhe salta, com aqueles saltinhos; o mau feedback/avião a passar; o Michael Palin também a desmanchar-se. É absolutamente perfeito. Vou colar no DVD este fim-de-semana, e prevê-se outra das milésimas re-obsessões.



"It's a fair cop... but I blame society."

Monty Python Live at the Hollywood Bowl, editado agora e está a um preço jeitosinho. Até dá vontade de comprar o oficial e ficar com dois e coiso.

fast forward selecta!

Isto é uma homenagem àquele querido surto de música indiana que inundou os nossos Verões num passado não muito distante. Aqueles vídeos cheios de cores, aquelas letras que não se percebia nada a não ser um repetitivo "oom oom". Aqui fica, então, um hino ao amor. Em homenagem à música indiana cantada em Inglês.

É MI NÁU



E agora o esclarecimento:

People in the room doing Boom like it’s never been done

Bust a move it’s just the kick of a gun

In the Marquee in the bass is Booming

Someone’s smoking Boom in da back of da room

And it’s the first day of spring, the flowers are blooming

Drum Boom bass and the party is Booming

Boom ba Boom like a rocket taking off to da moon

Boom Boom go the bride and groom


See ya shaking that Boom Boom Who?

See ya looking at my Boom Boom

You want some Boom Boom

It’s clear it’s Boom some Boom Boom

Let me buy you a Boom Boom

You order a fancy Boom

You like Boom, I like Boom

Enough small Boom lets Boom the Boom

So we’re driving in a Boom Boom

Driving, back to your Boom ba Boom

And you turn out the Boom Boom

And we Boom Boom Boom ‘til the break of Boom

My boom is ringing it’s Big-Booms-Boom

Back from ten years in the Boom

And they said he got his Boom chopped off in the Boom

But the crazy Boom still wants to Boom,

well Sorry girl, I gotta Boom

Give you a Boom in the afternoon

and Boom Boom baby, don’t forget you the most Boom Boom I ever met.

Sunday, November 25, 2007

meu querido mascarado *_*

Que criança dos anos 85 para cima é que não viciou nisto?




Isto era um mundo absolutamente girlie e eu era uma miúda cuja maior ambição era ter um par de sapatos de verniz. Combinava perfeitamente. Fartava-me de brincar a isto no 4º ano com gente que já não vejo há anos. Não digo a personagem que era porque não tem absolutamente nada a ver. Mas ninguém queria ser a Ami. Era a renegada. Tinha aquela voz super-esquisita de "echpúma de sabâo". Quando não via um episódio era um drama. Tinha as bonecas, tinha os instrumentozinhos todos. Até que me passou e nem cheguei a saber como acabava.

Anos depois foram as private jokes com o Mascarado (não é, Mariana?) e outras coisas bonitas. Até que conheci Kenshin e a minha noção de obsessão tomou outro rumo.



[inserir expressão ou smiley que expresse desespero e frustração, se faz favor]

Friday, November 23, 2007

i long to be with you.

Nor England did I know till then

What love I bore to thee.

you do it to yourself, you do.

É um ciclo vicioso. Deitar tarde, último pensamento da noite ser que no próximo dia não apareço, acordar a horas na manhã seguinte e virar-me para o outro lado. Ficar até às 15h. Passar o resto do dia num estado apático por ter dormido tanto, só para voltar a encontrar a insónia à minha espera outra vez. É uma situação de "a tua vida está caótica porque tu a fazes estar caótica". É o ter plena consciência disso, mas não fazer nada para mudar porque me falta um motivo. Alguma coisa de força maior, que puxe por mim agora. Tenho objectivos, é certo que os tenho, mas faltam oito meses... não é algo de imediato que me faça agarrar isto e acabar o curso de vez. Tenho que dar a volta, vencer isto. Tem de ser, tem de ser, tem de ser. Depois são os sonhos. Os pesadelos. O sonhar que a minha família está em perigo ou qualquer coisa semelhante, e acordar encharcada em suor com o coração na garganta e descobrir que ainda estou aqui. Longe.
As coisas vão ter que mudar, e é já para a semana. Vou-me espalhar à força toda nas próximas avaliações, mas sei que consigo recuperar. É um dado adquirido que consigo. É só acreditar um bocadinho em mim e levar uma injecção de positivismo e tudo volta a correr bem (sim, isto agora é a parte teórica).
É ter uma coisa que não me sai da cabeça e eu queria muito que saísse porque isto não pode mesmo ser.

Thursday, November 22, 2007

accent issues

- Bret.

- Brit?

- Bret.

Led Zeppelin em digressão com os Cult em 2008?

"O Billboard tentou entrar em contacto com o porta-voz dos Led Zeppelin para confirmar a notícia mas não conseguiu. O porta-voz dos Cult resolveu não fazer qualquer tipo de comentário. Segundo a publicação norte-americana, correm rumores de que algumas salas de espectáculos nos Estados Unidos já foram contactadas no sentido de receber os Zeppelin no próximo Verão. Isto aliado às várias pistas que o guitarrista da banda tem vindo a deixar nos últimos tempos parece levar mais tarde ou mais cedo à confirmação efectiva da digressão que trará os Zeppelin de volta aos palcos mundiais."

Se isto for verdade, sei que as probabilidades de os ver são mais que mínimas. Mas espero muito que se confirme.

Wednesday, November 21, 2007

one last time before it's time to go again

Aconteceu apaixonar-me por esta letra anos antes de ouvir a música pela primeira vez. Que foi hoje.

When we look back at it all,
As I know we will
You and me, wide-eyed
I wonder will we really remember
How it feels to be this alive
And I know we have to go
I realise
We only get to stay so long
We always have to go back to real lives
Where we belong

When we think back to all this
And I’m sure we will
Me and you, here and now
Will we forget the way
It really is
Why it feels like this
And how?
And we always have to go
I realise
We always have to say goodbye
Always have to go back to real lives
But real lives are the reason why
We want to live another life
We want to feel another time
Another time
Another time…
To feel another time…

When we look back at it all
As I know we will
You and me, wide-eyed
I wonder will we really remember
How it feels to be this alive
And I know we have to go
I realise
We always have to turn away
Always have to go back to real lives
But real lives are why we stay
For another dream, another day
For another world, another way
For another way
One last time before it’s over
One last time before the end
One last time before it’s time to go…again

"Out of This World", The Cure, Bloodflowers.

É simplesmente daquelas coisas que... percebo isto tão bem. Mas tão bem. E não pelo motivo mais... pronto. Não interessa.

Tuesday, November 20, 2007

heeeeeee!

Este é daqueles que ando para comprar há imenso tempo, mas que nunca encontrei. Pois bem, hoje foi o dia. Diário da Peste de Londres, do Daniel Defoe. Do qual fazem parte aqueles relatos da peste negra que vinham nos nossos livros de História. É um assunto bastante mórbido, mas interessa-me e tem um grande valor documental.



Claro que a capa não é esta. Se fosse, fechava-o numa caixa e não lhe mexia. A que arranjei é uma edição nova duma editora que julgo ser recente, mas posso estar em erro. A Bonecos Rebeldes. Este foi o primeiro volume da colecção O Lobo das Estepes, o segundo é um do Rilke que também, mais tarde ou mais cedo, marcha.

E pronto, é isto... começou a época da chuva. Que bom. Hmm?

Monday, November 19, 2007

ah oui bien ah pff

Foux da fa fa, foux da fa fa fa fa

Acabei de ouvir um senhor a passar pela minha porta com uma voz igual à do Beaker. Quem é o Beaker? É este.



Conhecido pela célebre expressão "méhméhméhméhméh".

"Reconheço que tudo isto é cómico, e que a parte mais cómica de isto tudo sou eu."

Sunday, November 18, 2007

Let them all come out

Correcção:

http://incrivelmente-perto.blogspot.com/2007/05/erm-rufus.html

Eu gosto muito deste álbum. Algumas coisas do que disse ainda se mantém, mas no geral, gosto muito, muito mais.

Still bored.

Roubei isto à LilyStrange, que por sua vez roubou aqui e ali. Já agora, se passares por aqui e leres isto, não consigo comentar no teu blog. Já há umas semaninhas.

Apanhe o livro mais próximo, vá até à página 18 e escreva a 4ª linha: "última peça de Monsieur Alfredo, "Le Poignard", tragédia"
Sem olhar, que horas são? 20:35.
Depois de olhar? 20:31.
Antes de responder a este questionário, que estavas a fazer? A brincar com as cores disto e a pensar que tenho de comer.
Que barulho ouves para além do computador? Banda-sonora do Pride and Prejudice.
Quando saíste pela última vez? Onde foste? Sair género social ou sair normalmente? Social - já nem me lembro; Normalmente - hoje.
Esta noite sonhaste com alguma coisa? Não me lembro.
Quando soltaste uma boa gargalhada pela última vez? Hmm. Talvez há uns dois dias por causa dos Flight of the Conchords.
O que há nas paredes do local onde te encontras? Nada. Um calendário.
Se ficasses milionária durante a noite, qual seria a primeira coisa que comprarias? Guardava-o para a viagem de emancipãção quando (se) acabar esta porcaria. Depois logo via.
Qual foi o último filme que viste? Mon Oncle.
Viste alguma coisa de estranho hoje? Não.
O que pensas deste questionário? O que penso dos outros todos.
Gostas de dançar? Paaaaaah. Depende de muita coisa.
Qual foi a última coisa que viste na televisão? The Office e Flight of the Conchords.
Qual seria o nome da tua filha se tivesses uma? M.C.
Qual seria o nome do teu filho se tivesses um? Ui, tenho tantos que gosto...
O que estás a usar? Cáussá dji gangá e duas blusas da Zara, a de cima toda pipi com umas frôres de pano.

Olhos: Castanho-escuro.
Cabelo: Castanho-claro, mas agora está uma cor indefinida qualquer. Precisa de um jeitinho.
Altura: 1,61
Ascendência: Espanhola.
Signo: Caranguejo.
Sapatos que está a usar: Nenhuns.
Fraqueza: Recuso-me a responder a tal coisa.
Medo: Aviões, abelhas, baratas, morte.
Frases que mais uso no msn: "hmm"
A melhor parte do corpo: Do meu? Lol. Para aí os olhos.
Pepsi ou Cola? Coca-Cola.
McDonald’s ou Burger King? Méque.
Fuma? Não.
Palavrões? Estou no Porto, não estou?
Perfume? Nenhum.
Canta? Mal, mas adoro.
Toma banho todos os dias? What kind of a stupid question is that?
Gosta da escola? Escola sim, pessoas nem por isso. Só algumas.
Acredita em si mesma? Por um nanosegundo em 24 horas.
Dá-se bem com os seus pais? Séinhe.
Gosta de tempestades? Credo não.
No último mês… só fiz asneira e voltei às origens.
Bebeu álcool? *sniff*
Fumou? Já te disse que não.
Fez compras? Leite, sabonete, água, cereais.
Comeu um pacote inteiro de bolachas? Vários.
Comeu sushi? Ergh.
Chorou? A parte de voltar às origens pressupõe algo.
Fez biscoitos caseiros? Quê, nesta kitchenette super bem fornecida? Sim, sim.
Pintou o cabelo? Não, mas a porcaria da cor oxidou.
Roubou? No, officer.
Nº de filhos: Zerinhos.
Como quer morrer? Não quero.
Piercings? Não. Só nos lóbulos, mas isso não é piercing "piercing".
Tatuagens? Talvez não.
Quantas vezes o seu nome apareceu no jornal? Ui. Tantas.
Do que se arrepende de ter feito? Uma coisa ou duas, aqui e ali.
Cor favorita? Tudo menos verde e amarelo.
Qual a disciplina favorita na Escola? Inglês e História.
Matutina ou nocturna? Metade nocturna e metade matutina.
O que você tem nos bolsos? Cotão.
Em 10 anos imagina-se: No Reino Unido, casada com um belo de um anglo-saxão e com um filho chamado Ryan a correr pelo jardim da casa de campo tradicional inglesa.
Girl, tonight we're gonna make love
You know how I know baby?
Cuz its Wednesday, and Wednesday night is the night that we make love.
Tuesday night is the night that we go and visit your mother, but Wednesday night is the night that we make love.
Cuz everything is just right, conditions are perfect.
There's nothing good on TV, conditions are perfect.
You lean in close and say something sexy like " I might go to bed I've got work in the morning."
I know what you're trying to say baby. You're tryin to say "Ooh yeah, it's business time, it's business time."

Ooh, Next thing you know were in the bathroom brushing our teeth.
That's all part of it.
That's foreplay.

Then you go sort out the recycling, that's not part of it but it's still very important.
Then we're in the bedroom. You're wearing that ugly old baggy t-shirt from that team building exercise you did for your old work, and it's never looked better on you.
Mmmhh, team building exercise not tonight.
Oh you don't know what you're doing to me.
I remove my jeans but trip over them cuz i've still got my shoes on, but then I turn it into a sexy dance.
Next thing you know I'm down to just my socks and you know when I'm down to just my socks what time it is.
It's time for business. It's business time.

You know when I’m down to just my socks its time for business, that’s why they call them business socks

Ooh, makin love, makin love for two, makin love for two minutes.
When its with me you only need two minutes, cuz I’m so intense
Two minutes in heaven is better then one minute in heaven
You say sumthing like “Is that it?”
I know what your trying to say, your trying to say “Ahh ya that’s it
”Then you tell me you want some more
Well I'm not surprised.
But I'm quite sleepy.

Business Time, Flight of the Conchords

Friday, November 16, 2007

"Fotocópias? Mas eu só me estou a bronzeare."

Título do Inimigo Público de hoje, mas não interessa. Queria só aproveitar para insultar ou criticar, mas como isto é um espaço público e só [inserir entidade omnipresente] sabe quem vem aqui parar é melhor não insultar nem criticar para não arranjar problemas, que quer dizer, pensando bem nem ia arranjar problemas visto uma pessoa já não querer saber não é verdade mas bem, continuando.

Quero só dizer que é esquisito quando uma pessoa de bem ainda tem mentalidade pita.

Wednesday, November 14, 2007

D'ya need mái DJAMPAH BAUIEEEE??

Alguém me tire isto da cabeça BÁUIEEE

Báuiss in spéeeeissssss
Does the space cold make your nipples go all pointy? And do you use your pointy nipples as telescopic antennae Transmitting data back to Earth?
Do you have one really freaky sequin space suit, man? Or do you have several ch-ch-ch-ch-changes? Do you smoke grass out in space, man? Or do they smoke astroturf?
Báuisss in spéee-i-éeeeissss watcha doing out dére mán?
Flight of the Conchords, Bowie Song.

"que rico cheirinho a igreja"

Hmm. Não é por nada, mas achei a parte passada em Jerusalém ligeiramente entediante e um pouco confusa. Ou fui eu que emburrei, ou então não sei. Mas, fora isso, é giríssimo, e fez-me lembrar a óptima peça que esteve ali na Rua das Flores num palacete abandonado, feita pelo ESMAE. E faz-nos ter imagens visuais cómicas, como o pai do Teodorico a cair das escadas abaixo vestido de urso e morrer e esta:

Isto foi um sonho que Teodorico teve, em que aparecia o diabo a falar-lhe de religião, das diferenças antes de depois de Jesus aparecer e etc. Até se encontrarem em Lisboa, no Campo de Santana, e aqui está: "E tendo parado, enquanto ele desenvencilhava os cornos dos ramos de uma das árvores." Imaginar o diabo com os chifres emaranhados numa árvore e a debater-se para se soltar... pronto, é giro.

Ontem apanhei um programa na TV Record (resultado de conseguir dormir, eu normalmente não vejo a TV Record com os gurus de ajuda em Chelas) que devia ser uma espécie de 60 Minutos deles, em que parte do tema era comida esquisita. Como às vezes me dá para ver coisas repugnantes, fiquei a ver. E era basicamente isto:

- o primeiro repórter estava num mercado na China, numa banca que fazia espetadinhas de escorpiões fritos. A melhor parte é que eles fazem tenção de mostrar como aquilo é feito. Então. Os escorpiões eram enfiados no espeto ainda vivos. Ficavam ali a espernear um bocadinho, até o cozinheiro os atirar para dentro duma panela com óleo a ferver. Ainda vivos, claro. E já estava. O repórter ficou a olhar para aquilo com um ar ligeiramente enjoado (compreende-se) mas teve coragem de experimentar. Mastigou, mastigou, engoliu, disse que "bêm é um pouco diferêntxi" e para meu horror comeu o outro.

- a cena muda para uma feira na Bolívia, em que fazem espetadas de coração de boi. Este não me fez muita impressão, porque acho que isso também se come cá e não é choque cultural por aí além. Nem a parte em que mostraram as senhoras a cortar tirinhas de coração me fez impressão. O que, para mim, é bizarro.

- estamos num mercado de comida numa aldeia interior Tailandesa. As minhas pernas tremeram, porque sei por experiência própria que se podem encontrar, no meio da maior quantidade de abelhas em que já se esteve, as coisas mais esquisitas e, consequentemente, horríveis. Baratinhas e gafanhotos vendidos à pá e coisas do género, mas continuando. O senhor parou numa banca que vendia uma espécie de farofa - que, claro, não era farofa. Era uma mistura de farinha, larvinhas pequeninas brancas e, a piéce de resistance, formiguinhas vivas! Tal como o senhor disse "olha aí a forrmiguinhá, consegui apanhár à forrmiguinhá?" Para meu horror, pega numa mão-cheia e mete-a à boca. Começa a degustar (se tal palavra se pode aplicar a este caso) e diz: "Bem, é uma misstura dji fárinha com maiss quauquérr coisá... oi, agora veio um sabor azedo". Era a forrmiguinhá. Depois, seguiu para a banca do fantástico. Larvas de bicho-da-seda fritas - que eram um bocadinho borrachudas - e larvas de bambu, também fritinhas. Ora, estas eu já conhecia. Já vi muito boas pessoas a comer aquilo como se fossem coiratos até a guia dizer que era "minhocá d'arvéri". Portanto não me admirei quando o repórter começou a comer aquilo como se não houvesse amanhã, a dizer que aquilo era bem melhor que os outros e que caía bem com uma "cerrvejinhá".

- o passo seguinte foi uma senhora que cria jacarés só para os fritar, mas não aguentei.

Admiro a coragem destas pessoas, e não quero nem pensar qual é a sensação de ter formigas vivas a correr na minha língua e no céu da boca a tentar fugir. Não quero.

Tuesday, November 13, 2007

Release the stars

06/11/2007

A vontade de ir era pouca, mas o dinheiro que tinha gasto meses antes pesava-me na consciência e, afinal, era o Rufus, que tanta companhia me fez no meu primeiro ano do Porto e com quem ando no porta-chaves. Não fazia sentido não ir, por mais birra que tenha feito com o último álbum. A ida esteve tremida por causa de factores que nem eu pude controlar, mas consegui chegar a tempo e, agora posso dizê-lo, felizmente.

Depois da habitual necessidade feita e de um agradável reencontro, entrei, uns quinze minutos antes - coisa que tenho vindo a gostar de fazer (quando não é em demasia, género uma hora antes de Scissor Sisters) para estar sentada a observar as pessoas e a tirar as minhas próprias conclusões. Hábito mau, mas vem-me de pequenina. Cheguei ao meu lugar para ver lá um senhor confortavelmente sentado, com o qual não quis armar confusão, mas a coisa acabou por se resolver e lá me sentei. Fui vendo gente conhecida a chegar, e coisas que não interessam para nada.

O concerto começou de repente, uns minutinhos mais cedo do que o previsto e tudo. As luzes apagam, uma luz azulada invade o palco, desce um pano com uma versão da bandeira dos Estados Unidos (com aplicações de dourados e borboletas e coisas pouf na zona onde costumam estar as estrelas) e entra a banda. Calças justas às riscas, também com as tais aplicações com brilhantes em forma de borboleta e afins - assim um aspecto geral muito glam que me deixou logo de olhinhos a brilhar. E entra ele. Muito aplauso, ele a fazer-se de humilde, com o seu fato às riscas vermelhas e brancas género toldo de praia, com borboletas brilhantes e um colar que fazia inveja à Nicole Kidman no Moulin Rouge. Aquilo faíscava. Começa a Release The Stars, homónima do último álbum. Fiquei estupefacta com o quanto adorei a música ao vivo. Tem um som bastante amplo, e parece que, a esse nível, a têm vindo a explorar muito melhor do que a versão que está no álbum, que, agora quando a ouço, embora goste muito mais, parece-me poucochinha e muito tímida comparando com o que vi. De seguida vem o single, Going to a Town que, para além de ser lindíssima, serviu para me provar que aquelas pessoas não estavam ali para deixar aquilo entranhar-se-lhes. Estavam ali para estar sentadas e ver. Ninguém se mexia, ninguém trauteava, ninguém cantava. Que pudesse ver, só eu e uma senhora que estava na minha fila é que estavam a ver aquilo com outros olhos.

Como é hábito, perdi a conta das músicas que se seguiram, mas a setlist está escarrapachada no site da Blitz... também já passou algum tempo. Fez-nos a surpresa da The Art Teacher, a Beautiful Child foi maravilhosa e ia-me dando uma coisa quando começou a Poses, que era a última coisa que estava à espera - quer dizer, não era, isso era a Go or Go Ahead, mas adiante. Ah, cantou a Over The Rainbow, que me fez chegar a lagriminha ao canto do olho.

O Rufus provou ser um entertainer de primeira. Foram três horas de concerto que passaram a voar graças à maravilha que são as suas canções ao vivo e a sua própria presença em palco. Ao invés de ser um convencido arrogante, como ultimamente o tenho imaginado, provou continuar a ser aquele que estava habituada a ver antes do hype do Release the Stars. Extremamente comunicativo, com um sentido de humor apuradíssimo e completamente à vontade. Conseguiu criar um ambiente familiar, em que se cantaram os parabéns ao baterista, com direito a bolo e velas, e do qual até fez parte a mãe, Kate McGarrigle.

Quanto aos pontos altos, fora aqueles que referi, foram a Macushla e o final. A Macushla é uma canção tradicional irlandesa que ele cantou sem microfone, porque "de certeza que nesta sala, sendo tão antiga, se costumava cantar sem microfones e é isso que vou fazer, espero que lá atrás me consigam ouvir". E ouviram e foi uma coisa do outro mundo. O final... o final foi uma festa. Mas deixo aqui um vídeo dum final igual, não o de Lisboa. Vale mais do que uma descrição insonssa.

A música é a Get Happy! da Judy Garland.

Je revieeeens!

Ora bem, depois de uma longa semana de introspecção pelos piores motivos possíveis, volto-me a encontrar neste sítio que eu tanto amo e prezo (denotar ironia). Esta semana descobriu-se uma série maravilhosa e intensificou-se o culto a outra. Sem mais demoras:

A descoberta:



As letras mais estapafúrdias, os vídeos mais ridículos. Tão cómico, tão genial. Não vou pôr aqui vídeos, mas para quem quiser, que vá ao YouTube e veja o Robots, Business Time, I'm Not Crying.

A intensificação:




Acho que só haver um adolescente chamado George Michael fala por si. E nunca lhe chamam George. Ou Michael. É sempre:

- GEORGE MICHAEL!

Tuesday, November 6, 2007

I have crossed oceans of time...



Adoro isto. Depois de ter perdido dois DVDs, vamos ver se é com este que fico. Edição especial com extrazinhos e tudo.

E não, não sei as falas quase todas de cor. Que é lá isso.

bummer.

Obrigei-me a ver um documentário sobre baratas para ver se perdia o medo/nojo. Diz-se que tem que se enfrentar a coisa de frente, não é?




Pois bem.




Não perdi. E sonhei com elas.

Sunday, November 4, 2007

Dois dias (e ainda não há aquele nervosinho)

Há músicas que por mais que se tente, não se consegue explicar porque é que se gosta tanto delas. Esta sempre me disse muito. Ele associa-a a uma ressaca de Meth, eu associo-a a outra coisa totalmente diferente. Esteve sempre lá nas alturas em que me sentia assim, mesmo quando não a procurava.

Thank you for this bitter knowledge
Guardian angels who left me stranded
It was worth it, feeling abanadoned
Makes one hardened but what has happened to love?
You got me writing lyrics on postcards
Then in the evening looking at the stars
But the brightest of the planets is Mars
Then what has happened to love?
So I will opt for the big white limo
Vanity fair grounds and rebel angels
You can't be trusted with feathers so hollow
Your heaven's inventions, steel eyed vampires of love
You see over me, I'll never know
What you have shown to other eyes
Go, or go ahead and surprise me
Say you've lead the way to a mirage
Go, or go ahead and just try me
Nowhere's now here smelling of junipers
Fell off the hay bales, I'm over the rainbows
But, oh Medusa!, kiss me and crucify
This unholy notion of the mythic powers of love
Look in her eyes, look in her eyes
Forget about the ones that are crying
Look in her eyes, look in her eyes
Forget about the ones that are crying
Go, or go ahead.

Go or Go Ahead, Rufus Wainwright, Want One.

Como no YouTube não havia nenhum vídeo com qualidade que se apresentasse, fica aqui um da Memphis Skyline, que é outra das muito favoritas. Turn back the wheels of time.


Ler isto até ao fim foi um sacrifício, mas estou a seguir exemplos e ando a tentar pôr de lado a mania de deixar livros a meio quando não me interessam e ir até ao fim. Já há um tempo que leio Anne Perry - não é nada de erudito, bem pelo contrário, é o banal livro policial passado na Londres vitoriana (daí ainda não ter desistido de os ler). Gostei bastante de um ou dois, especialmente do Estrangulador de Cater Street, mas ultimamente tenho vindo a notar que ou é ela que escreve sempre do mesmo modo e se repete de livro para livro, ou é a tradução que é má (este livro vinha com erros de grafismo surpreendentes). Ou seja, o Pecados do Lobo é demasiado grande para a história que tem; torna-se chato com a quantidade de interrogações e repetição de coisas que aconteceram nos capítulos anteriores e a própria descrição dos personagens, o tal contexto histórico tornou-se estereotipado. Ganha pontos apenas por ser o género que é. Uma pessoa quer sempre saber quem é o assassino.




Mixed feelings quanto ao Half Nelson. Como sempre, adorei ver o Ryan Gosling. Mas estava à espera de outra coisa.