Friday, June 29, 2007

me cago en la leche

E é caso para dizer finalmente. Ando com isto há bem mês e meio e estava-se a tornar quase impossível de acabar. Mas sou firme, não desisto e ficava mal mostrar tanto desespero com o Sr. Hemingway. Mas a verdade é esta. Não. Não vou dizer que não gostei do livro, ia ser mentira e ia ser de mais. Mas também não foi coisa que me tivesse prendido a atenção nem que me tivesse marcado. É extremamente humano e tudo o mais. É o que um livro cuja acção se passa em plena guerra devia ser, particularmente numa guerra tão drástica como a Guerra Civil Espanhola. Humano, tocante, em que os homens não são encarados nem descritos como apenas soldados mas como homens com um passado, com vida própria. Com desejos de regressar a casa e memórias sobre o que uma vez foi. Gostei também das reflexões pessoais de Jordan, particularmente das últimas, em que começa a questionar os valores em que sempre acreditou, aqueles valores utópicos de guerra em troca do que aprendeu nos últimos quatro dias nas montanhas. E sobre o que a guerra realmente é, e sobre a verdadeira raça do povo espanhol. Mas, no geral, não me prendeu. Nunca senti ligação especial a "livros de guerra", excepto, claro, o Guerra e Paz - que não considero um livro de guerra de todo. De todo, mesmo. Continuando no género de guerra, já tentei por duas vezes ler o A Oeste Nada de Novo e nada. Aliás, passa-se o mesmo com filmes de guerra. Não me prendem. Já foram focados de todos os ângulos possíveis e imaginários - o ângulo cruel, o ângulo humanitário, o ângulo de exploração, o ângulo polémico. Não sei. Não sinto especial fascínio e sinto-me terrível em dizer isto.

Quanto ao Hemingway em si, também achei o estilo... pronto, vamos chamar as coisas pelo nome, chato. Demasiado simples, demasiado descritivo. Por acaso notei uma coisa curiosa. Lido em voz alta adquire um tom diferente que, lido normalmente, não tem. Lidas em voz alta as descrições tornam-se mais vivas, mais fáceis de visualizar, enquanto que, no oposto, uma pessoa se perde. Uma pessoa sendo eu. Provavelmente nem sei do que estou a falar, tenho sempre receio de dizer o que quer que seja sobre isto e aquilo porque não sou entendida no assunto e posso estar a difamar qualquer coisa. Sei que fica mal dizer que o For Whom The Bell Tolls não me disse nada e que não gostei do estilo de Hemingway. Mas como a obra de um autor não se resume a um livro apenas, ainda tenho muito por onde pegar e talvez venha a mudar de opinião.

Portanto, um a menos na lista do que deixei para ler nestes meses. Segue-se isto, para desanuviar (será?) um bocadinho.



Uma surpresa. Vinte e duas vidas que se unem por um acontecimento improvável mas que os marcou a todos tal como a uma nação inteira. Gostei. Gostei também de não se ter arranjado nenhum actor para fazer de Robert Kennedy, de todas as imagens serem de footage da época e afins. E teria sido um presidente capaz de convencer. Mesmo. Mais outra morte estúpida.

Não gostei. Muito sururu à volta do filme, que era isto, que era aquilo, o ter saído numa altura em que fomos bombardeados por filmes polémicos sobre assuntos polémicos. Afinal, much ado about nothing. Mais um biopic que não corresponde inteiramente à realidade (dizem que a nível de factos históricos o filme perde muito), muito pouco credível que ganha apenas pela interpretação de Forest Whitaker. E de James McAvoy. Porque de resto é muito, muito pouco credível. A parte de ficção, claro. O modo como o Dr. Garrigan foi lá parar, basicamente do nada e por capricho próprio, o ter logo sido inserido naquele meio também do nada, tudo, tudo muito pouco convincente. Fui ver algumas coisas depois, impressionou-me o que aconteceu à Kay ter-lhe realmente acontecido. Contudo, o filme consegue deixar uma sensação desagradável no estômago. Apesar das medidas que não consegue encher.





Gilmore Girls, season 5, ou quando a série se começou a perder. Pelo menos, na minha modesta opinião de quem vê a série desde o início. A quarta já de si teve altos e baixos mas adorei por ser o primeiro ano que a Rory passa fora de casa. Deu para a série se focar mais nelas como personagens individuais do que como um colectivo. E nas vidas separadas que levavam. Identifiquei-me um bocado com as primeiras dificuldades de adaptação da Rory (adorei o episódio em que tanto ela como a Lorelai têm um colapso nervoso em frente ao Dean/Luke). Mas agora a 5ª... não é que seja má. Mas perdeu qualquer coisa. Acho que deixou de ser uma série e passou a ser uma espécie de tele-novela. Já muito enredo, muita complicação, muito engonhar. E perdeu também parte do cómico que tinha antes, a Lorelai de personagem com piada e conteúdo passou a ser um bocadinho enervante e demasiado complicada. Não sei. Continuo a gostar da série e adorar a maneira como está escrita, e especialmente da quantidade de associações que tem a ícones da cultura pop actual, mas. Perdeu definitivamente qualquer coisa a partir de meados da 5ª temporada em diante. E já me disseram que a 7ª está para esquecer. Medo. Saudades da 1ª em que a Alexis era uma inocente de 18 anos com a carinha inchada, cabelo sem graça e camisolas de lã até aos joelhos ("okay, what's with the muuu-muuu?"/"are you my new daddy?").





Não sendo grande fã de Gregos nem de Romanos, e tendo à minha frente uma quantidade deliciosa de dias desocupados, resolvi-me a tentar gostar um bocadinho mais dos últimos através duma série que me aconselharam vária vezes. Sim, a primeira temporada já deu na Rtp2 assim há um tempo valente mas, outra vez, sempre tive antipatia pelos Romanos e pela arte dos Romanos e por cacos em geral. Desde pequenina. Portanto aqui está uma série bastante boa, que me fez ver que já naquela altura não se aproveitava nada, que era tudo intriga e corrupção e esquemas e tudo e mais alguma coisa. O mesmo que agora, basicamente. Só que naquela altura fazia-se tudo às claras. Ah, e a Átia é uma cabra com pinta.

O post [minimamente] pessoal

É espantoso o que apenas uma semana em casa consegue fazer. Ligeiramente desligada de tudo, recupera-se a sanidade, a estabilidade, a calma e o controlo dos nervos. As mudanças de humor já lá vão, e finalmente já consigo chegar ao final do dia a sentir-me bem, estável, sem querer mal-dizer tudo o que aconteceu. E, acima de tudo, dormir. Espero sinceramente conseguir manter isto durante os três meses que faltam, não me deixar dominar pelo que quer que seja e conseguir desligar-me completamente. Distanciar-me de tudo. Já bastam os nove meses da praxe que ainda faltam para, outro finalmente, conseguir aquilo que sempre quis.

É pessoal mas ainda ando com rodeios. Não há nada como um bloco de papel.

Também já me resolvi quanto à problemática (enorme) do a-que-horas-ir-para-o-SBSR. Isto de ir a festivais sozinha tem muito que se lhe diga, há o ter que estar disposta a passar um dia inteiro sozinha entretida a cuscar toda a gente - mas, para todos os efeitos, sozinha. Há uma altura em que a paciência se esgota e só queremos que se despachem com aquilo para nos irmos embora, o que não é de todo maneira de aproveitar aquilo que se vê. Mas continuando. A dúvida era sobre se estava disposta ou não a ficar a olhar para o nada à espera de Arcade Fire, ou se ia só à hora propriamente dita. Mas depois lembrei-me de Klaxons e, mais ainda, de Bloc Party, portanto vou-me deixar de tretas e vou normalmente. Ando sozinha mas não morro estúpida. Para além do mais, Bloc Party tem um significado estranhamente especial. Nunca foi banda que me tenha suscitado grande interesse. É daquelas coisas que ouço mas sem ligar muito. No entanto, há sempre uma música ou outra que aparece em momentos ou alturas críticas. A Two More Years apareceu quando fui para o Porto. Não sei porquê, mas ficou-me. Talvez por ser uma época de mudança que me estava a custar particularmente e faltarem dois anos para voltar a casa. O que visto de longe é uma razão muito desenchabida. Depois foi - é - a I Still Remember. Suficientemente lame. Começava sempre a tocar num determinado contexto, em que nunca ouvíamos até ao fim, mas só o facto de ter começado para mim contava. Sabia sobre o que a música era, sabia a letra, e sabia como servia que nem uma luva a certas coisas. Portanto, ficou. Motivo menos desenchabido que o outro, mas não posso falar sem rodeios, não dá. Concluindo, são duas músicas que tenho que ver e ouvir; por muito que duvide que toquem a Two More Years. Quanto a Klaxons, é a curiosidade e o achar que ao vivo é capaz de ser muito giro. Pena ainda ser durante o dia. Agora tenho só que me mentalizar que, provavelmente, vou passar umas belas quatro horas sozinha no meio de uma multidão que não me diz nada. Mas já me vou habituando. Ao menos faço as coisas, vou às coisas e conheço as coisas. Não morro estúpida.

Quero tanto continuar neste estado de espírito até Setembro. E durante Setembro e que nada custe e que seja tudo fácil e simples e pouco importante.

Ah, como já vai sendo normal em mim, este blog entrou oficialmente em fase de denial. Não sei se apague ou se continue a atirar coisas desinteressantes. Também não espero nenhum tipo de opinião porque bem, basta olhar para o número incrivelmente extenso de comentários. Mas pronto, é isso, está em denial.

Sunday, June 17, 2007

Afinal Jesus era cantor de fado

Fui ver ontem aquilo em que tenho estado a falar desde sabe-se lá quando. Estava bastante de pé atrás, como também já disse aqui, mas acabei por sair mais ou menos satisfeita. A encenação, o meu maior medo, não estava nada atrás de outras que já vi. Não gostei que tivessem posto as imagens que puseram durante a Overture, sinceramente não percebi o "porquê", mas, fora isso, estava bastante bem conseguido. Assemelhava-se imenso com a minha versão favorita, a que deu em DVD em 2001, com o super senhor Glenn Carter. As interpretações, de uma maneira geral, também não estavam más. Pontos altos: Caifás, Herodes e Judas. Gostei mesmo muito do Herodes. É sempre o show-off, em todas as produções que já vi, mas de produção para produção fazem-no sempre mais estapafúrdio e ridículo. Desta vez parecia um ícone de glam-rock que por acaso fazia sapateado. Judas foi fantástico, também; é sempre. O Caifás foi pela voz. Já sabia que o tom de voz para o personagem tem que ser alguns níveis mais abaixo do que é considerado normal, mas ouvir realmente algo assim ao vivo arrepiou-me. A nível de vozes, tudo óptimo. A melhor parte, a nível de encenação e em minha opinião foi a The Temple. Podiam ter dado a abordagem que bem entendiam, desde que fosse chocante, provocante. Optaram por panos de um vermelho berrante e personagens absolutamente macabras a prometer sexo, drogas e outras coisas que tais. Tal como no meu estimado DVD, mas não interessa. Ver ao vivo foi muito melhor. Portanto, thumbs up para a The Temple. Agora as partes más:

1. A tradução. No geral, também não foi má. Muito da mensagem da versão original conseguiu passar para a versão portuguesa, mas houve partes cruciais que faltaram. E que deram campo para mal-entendidos. Como, por exemplo, na Could We Start Again, Please? que foi traduzida para Nunca Te Esqucerei. Quer dizer. Numa versão temos um grupo de pessoas absolutamente angustiados, que finalmente perceberam que tudo o que fizeram foi errado e que pedem uma segunda oportunidade. Na versão portuguesa temos um grupo de fanáticos devotos a fazer promessas de amor eterno ao filho de dEUS. Hmm? Outra foi durante a Gethsemane, a menina dos meus olhos. Aliás, durante toda a Gethsemane... aquela imagem dele relutante em aceitar o seu destino, em recusar-se, a questionar-se e a não perceber, culpando mesmo o senhor lá de cima pelo que lhe estava a acontecer passou para um Jesus muito bem-mandado, muito "está bem pronto vá lá". E não terem posto isto:

Am I scared to finish what I started -
What you started... I dind't start this!

Também foi um golpe muito duro. Portanto, de uma maneira geral, na versão original Jesus é um rebelde que se torna mal-compreendido por tudo e por todos e que se vê obrigado a morrer por razões que não entende. Na versão portuguesa Jesus é um mártir que diz que é "luz celestial" (na versão original nunca temos estas manifestações divinas) que aceita o seu destino sem sequer estrebuchar um bocadinho. Ah, e onde está o Father, in your hands I commend my SPIIIRIIIIIT?! Não está? Estar está. Mas ele não grita. Suspira. E morre.

2. Porque é que no final da The Temple ele não disse isto:

There's too, too many of you
Don't push me, don't crowd me
There's too little of me
Heal yourselves!

E só diz "...não... não..."? Esqueceu-se ou é mesmo assim?

3. Jesus. Para minha grande pena, Jesus foi o ponto fraco de toda a produção. Li naquele programazinho que dão à entrada que o actor canta fado, mas nunca pensei que deixasse que isso se notasse ao representar o papel. Qual quê. Todos a cantar em verdadeiro estilo rock-opera, e quando era a vez dele perdia-se tudo. Mão quase erguida à testa, voz de fado "p-o-o-obre jerusale-e-e-em". Na Gethsemane, felizmente, conseguiu perder um bocado aquele tremor e maneira de entoar as coisas, mas desapontou-me muito. Já para não falar do modo como representou o papel. Muito submisso, muito mártir, muito pobre alma penada. Não é nada disso! Há imensas emoções fortes pelas quais o actor tem de passar até cumular numa depressão autêntica com toda a gente a dar-lhe chicotadas - tal como diz o Glenn Carter. Mas não. Papaia autêntica. Ah, e como não podia deixar de ser, agradeceu em verdadeiro estilo Amália Rodrigues. Não gostei mesmo nada.

Ah, outro ponto alto foi ouvir a John 19:45. Que é a coisa mais bonita que aqueles dois alguma vez compuseram.

Se é verdade que o Andrew Lloyd Webber e o Tim Rice vieram cá na estreia, gostava muito de saber o que tinham pensado. Embora, para eles, provavelmente a diferença fosse pouca. O espectáculo tinha legendagem, nas quais resumiam, aos poucos, o que estava a acontecer. Mas as legendas tinham a visão da versão original - não a versão estupidamente católica portuguesa. Da "luz celestial" (essa deixou-me mesmo estúpida).

Pronto, resumindo. Gostei, esperei muito tempo para ver isto representado ao vivo - embora preferisse que tivesse sido a Famous a pegar nisto, que assim, ao menos, as músicas eram em inglês - e a única decepção foi aquilo que não devia ter sido. Mas ia ver outra vez.

Ah, e foi com alegria que constatei que não era a única a cantar em Inglês ao mesmo tempo que eles. Quase ao meu lado estava um rapaz que até começou a Pilate's Dream mais cedo que os do palco. Foi giro. Não sou a única pessoa abaixo de 50 anos que gosta deste tipo de coisa.

Friday, June 15, 2007

Nas arrumações encontram-se sempre coisas giras. Como isto.

AJUDAR, v.t. Criar um ingrato.

CALOIRO, n. Um estudante familiarizado com a aflição.

CÍNICO, n. Um malandro cuja visão deficiente lhe apresenta as coisas como elas são, não como deviam ser.

MATRIMÓNIO, n. O estado ou condição de uma comunidade composta por um Senhor, um Senhora e dois escravos - sendo que, tudo somado, dá dois.

Ambrose Bierce, The Devil's Dictionary

Wednesday, June 13, 2007

Resurrected, living in a lighthouse

Depois de uma conversa elucidativa com a Nancy, cheguei à feliz conclusão que faltam 20 dias.


Tuesday, June 12, 2007

Filipe LaFesta

Hoje passei pelo Rivoli e até tive vergonha de pensar que gosto do Jesus Christ Superstar. Aquilo está parece a feira, e pelos vistos, pelo que ainda estão a montar, vai ficar ainda pior. Sem falar no cartaz que está afixado no parte lateral do Rivoli, em que Jesus parece um actor de filmes pornográficos passados em St. Tropez e os outros estão demasiado artificiais. Gosto sobretudo da planta, e do ar de contentes de todos e da artificialidade daquilo. A culpa disto tudo? Filipe LaFéria. Ou o homem que conseguiu tornar o My Fair Lady num espectáculo de revista em que só faltava porem a mão à cinta e gritarem "aaaaai filhaaaa".



Não é que o senhor não tenha mérito. Graças a ele, Lisboa viu alguns dos musicais que fazem sucesso lá fora, por mais foleira que a encenação tenha conseguido ser. Mas porquê o alarido? O Rent, um dos melhores musicais alguma vez feitos esteve no Porto, e alguém deu por isso? Muito pouca gente, nem foi preciso estar com coisas estapafúrdias à porta do Sá da Bandeira nem nada. A informação estava lá. Quem queria ver, ia; quem não queria, não se sentia incomodado por lhe estarem a esfregar constantemente na cara que o espectáculo estava ali.



Eu tenho perfeita consciência de que um musical, por norma, é foleiro ainda mesmo quando está na cabeça de quem o faz. Tem gente aos saltinhos, a cantar e a dançar. As letras geralmente também são pirosas q.b. Mas é o meu guilty pleasure por excelência. Particularmente o JSC, que é completamente deprimente, dá uma perspectiva totalmente diferente à história que todos conhecemos, tornando-a completamente humana - com os seus defeitos e qualidades. Algo que chocou tanta gente quando estreou nos anos 70 e que levou multidões a manifestarem-se à porta de teatros não merece ser tratada como "mais uma coisa". Merece todo o respeito, particularmente por parte de um homem que está tão ligado à área.

De qualquer maneira, vou ver. É em Português, ainda por cima. Mas ao menos posso criticar com conhecimento de causa.

Monday, June 11, 2007

Believe in me as I believe in you

O que dizer do Alive? Bem. Posso começar por dizer que o único aspecto positivo que teve, dia 9, foi White Stripes e The Smashing Pumpkins. E as casas-de-banho. Porque, de resto, até hoje, foi a coisa mais degradante onde estive. Fui a única a apercerber-me disso, acho, graças à minha persistência em não ficar lá à frente (ler entrelinhas: à minha falta de coragem de tentar perder o pânico a multidões); mas a verdade é que nem no Super Bock Super Rock que já de si é horrível vi tanto bêbado junto. À minha volta estava tudo tombado ou prestes a tombar. Eu ia-me ajustando consoante o grau de bebedeira: basicamente comecei numa ponta e acabei noutra. O sítio, em si, também não tinha nada de especial. Era género o SBSR. Um aterro à beira rio com um palco, umas barracas de comida e umas coisas lá para trás que, infelizmente, só me lembrei que existiam quando já estavamos a sair. Não vou dizer que espero que a edição do próximo ano seja melhor, porque também não há muito que se possa fazer, visto o pior ter sido o ambiente. Mas as casas-de-banho foram o melhor que vi até hoje. Quanto ao que interessa.

Triangulo de Amor Bizarro não foi mau. Não foi bom, mas também não foi tão mau quanto as pessoas os pintam. O som não era desengraçado, embora roçasse um bocado a linha da chinfrineira. Pena, pena foi o som estar péssimo; mal se distinguia a voz dele do resto do som. Fiquei com curiosidade em ouvi-los normalmente. Mas pode esperar.

O concerto mais chato do mundo vai pelo nome de Balla, em que um homem que quer ser o Rui Reininho e duas jovens a dançar à tolas lá atrás cantam músicas iguais umas às outras e com o ar mais monótono que pode existir. O senhor não sorria. O senhor quando estava a ficar extasiado limitava-se a fazer um sorriso de "eu domino-vos" e a estalar o dedo com o que ele supõe ser estilo. Foi grande de mais, aborrecido de mais. Não gosto de criticar tanto uma coisa, mas pronto. Até as covers que fizeram de GNR e de Mão Morta soavam iguais ao resto. A última música chegou depois de um "Eu sei, eu sei, os White Stripes..." e um dos grandes momentos da noite foi começando.

Tudo vermelho e branco, os homens do soundcheck vestidos a rigor de fato preto e gravata vermelha, sem esquecer o chapéu. E depois vieram eles. Finalmente, Jack White e Meg White ali, não à minha frente como eu gostaria mas também não interessa. Adorei. Estava à espera de algo muito bom, mas ainda me surpreenderam mais. Foi chato o não conhecer algumas músicas para poder acompanhar, mas... foi fantástico. O que se consegue fazer com apenas uma bateria e uma guitarra, as coisas que aquele homem inventa, faz, as variações que dá à voz... a voz! Fiquei estúpida com a capacidade da voz dele, é absolutamente linda, linda, linda. Foi energia do princípio ao fim, um som óptimo, uma qualidade bem boa, e espero sinceramente aqui do fundinho que voltem cá.

Quanto a Smashing Pumpkins, pouco há a dizer. Os entendidos *cof cof* dizem que foi o melhor concerto que deram em Portugal (quanto a isso não sei mesmo, portanto nada de atirar pedras e dizer que não). Eu não conheço tudo de Smashing. Não tenho os álbuns todos, e dos que tenho também não conheço todas. Mas o pouco que conheço serviu para me levar às lágrimas do princípio ao fim. Mais, acho que aquela chuva miudinha ter começado a cair precisamente no momento em que soaram os primeiros acordes da Today tornou tudo ainda mais ... mais. Tudo muito calmo, um som para lá que perfeito, uma afinação óptima. Estranhei o Billy não ter comunicado muito com o público, mas isso foi o menos. Saí de lá satisfeita. Tinha ido um pouco de pé atrás, por não ir ver realmente uma banda que me dissesse mundos e ir mais por ser o regresso e pela música em si, mas saí de lá completamente satisfeita por me ter resolvido a ir e deixar as tretas para trás. Ao menos não me arrependo de não o ter feito. Mais vale assim.

A cara de êxtase de algumas pessoas depois de verem Smashing depois de sete anos de espera fez-me tomar uma decisão: que vou pegar num bocadinho da minha poupança e vou ver Bright Eyes onde quer que eles estejam (quer dizer, desde que seja na Europa e que não seja festival). Cheguei a casa, fui logo ver as tour dates, e cheguei à conclusão que não está destinado. As datas em que posso são festivais no Reino Unido (too expensive), e depois só Japão ou L.A. Eu estava a pensar qualquer coisa como Alemanha ou Holanda. Mas as datas são incompatíveis. Portanto, ainda não é desta. Mas já esteve muito mais longe.

Tuesday, June 5, 2007

violent mood swings pt. III

Porque eu detesto que façam de mim parva.

Monday, June 4, 2007

French and Saunders




Isto tudo porque voltaram a dar a série da vigária de Dibley na Britcom e ontem dei por mim a chorar a rir com a história toda da Sensibilidade e Bom Senso e dos barulhos da Emma Thompson.

Sunday, June 3, 2007

me, me, me.



"Ça, c'est la vie moderne. É assim, tudo à pressa."

Foi, sem dúvida, o primeiro filme português do qual gostei, de maneira a tê-lo visto duas vezes. Sei que os Srs. Drs. Críticos dizem que não senhor, mas, sinceramente, não quero saber. Foi o suficiente para chegar a casa e pegar n' As Farpas que estão a cair de velhas e que, não sei porquê, só custaram aí 1€. Há gente que não sabe o que tem em mãos em certos alfarrabistas, mas melhor para mim. A única coisa da qual não gostei foi daquele moralismo giro do "a amizade é uma coisa muito bonita". Aquele momento lame do fazer as pazes e tudo era, na minha opinião, escusado. Tudo bem que eles se tinham que voltar a entender, de uma maneira ou de outra. Mas não estou a ver as pessoas que eram a embarcar naquele tipo de cena à filme. Mas sei lá. Também estou a deitar coisas para o ar, não sou entendida nenhuma na matéria.




Lame.





Os kimonos. Eu quero aqueles kimonos. Não vou dizer muito porque nunca li a peça. Mas achei os temas Japoneses um bocado bizarros. Mas hoje em dia com Shakespeare já se faz de tudo, e acho que pôr um bocadinho de Japão na história é a ofensa mais pequena que já fizeram. E depois tinha o senhor Kenneth Branagh por trás, o que lhe dá logo qualidade. Mas. Mas.


Porque há filmes que fazem mais sentido quando são vistos pela segunda vez. Adoro-te, Sofia.

Saturday, June 2, 2007

Opa

The National no Sudoeste. É assim. Estou chateada. A não ser que vá só nesse dia, mas e dinheiro? Cadê?

Friday, June 1, 2007

No Stars

I saw the devil in a dream.
He wore a three-piece suit and was smiling.
He promised every living thing to me.
And when the land was all despair.
He made water spring from everywhere.
Until the black hills turned back to green.

And then heat was tipping and smoke was spilling
They poured out into the street.
And I was frightened by my fearlessness to be engulfed by everything.

And what I knew was left behind.
There were no stars, or a wish, to find.
And there was nothing in my clenching fist
And I just can't wait for tomorrow
Cause I will let go-
Just ask me.
Maria Taylor, "No Stars".

Cada vez que ouço o Lynn Teeter Flower, mais gosto. Não tanto pelas letras, que são boas mas não são aquela coisa que nos prende logo, logo (embora a Lost Time me tenha ficado logo na primeira vez que ouvi); aliás, não é por nada em particular. É pelo todo. E sobretudo pela voz dela, que já tinha ouvido várias vezes com Bright Eyes, mas que nunca me tinha apercebido de quão bonita conseguia ser. Lame! Tenho que arranjar o 11:11. Aliás, o Boxer de The National também tem feito parte dos meus dias; ou seja, os dois que pus de seguida no outro dia tem estado em repeat constantemente. Talvez por ser tão calmo, tão fantástico e simples ao mesmo tempo, no caso de National aliados a alguma carga emocional e àquela voz quente, quente. Combina perfeitamente com o meu estado de saturação e desejo de atingir um estado zen em que já nada me atinja. Não confundir com apatia. Penso que nos tornarmos apáticos não resolve nada; é melhor para nós, mas em termos de relações sociais e tudo o que obrigatoriamente, e por vezes, infelizmente, tem que fazer parte dos nossos dias só estraga. Só quero deixar de estar cansada, de me doer a cabeça de manhã à noite e de ter tonturas fortíssimas que me fazem deitar às 21h. Um bocadinho de paz de espírito e, sobretudo, de bom ambiente. Leve. E vou fazer por isso, custe o que ainda custar.

Ando com umas filosofias de vida dignas de folhetins, daqueles lamechas que davam na rádio ou vinham nos jornais. Deve ter sido por me ter posto a ler tópicos antigos, de 2005, quando tinha 19 anos e me achava superior, indiferente e badass quando na verdade até era bem tolinha. O que me pôs a pensar no tempo. E que em menos de dois anos me tornei numa pessoa completamente diferente. Não sei se bom, se mau, mas bem, o Porto fez-me bem nesse sentido. O próximo passo é deixar de gastar dinheiro a rodos em coisas necessárias mas que me fazem mal às finanças. Bilhetes de comboio. Almoços. Comida. Casa. Instituto. Comida. Bilhetes de comboio. Que agora aumentaram para 27,50. Doçura de CP. Quero ver como vou ficar depois do Alive, mas que se dane, também estas coisas acontecem para serem aproveitadas. Ao menos não morro estúpida.