Tuesday, October 30, 2007

London ice can freeze your toes pt. II

Ia dizer Russell Square, mas podia estar a dizer uma grande asneira.




Idem.




^^




Keats' House




Sítio onde não me importava de viver




Sítio onde não me importava de viver II (Burgh House, Hampstead Heath)

Saudades.

London ice can freeze your toes pt. I

Rose Garden, Holland Park

Holland Park

Rose Garden, Holland Park

King's Cross/St. Pancras (São Pâncreas)

O edifício está a ser remodelado para um hotel, acho eu. O que é estranho, dado aquela zona ter a fama que tem.

British Library <3

Que é feito da Cristina Caras Lindas?

Gradually, then suddenly

Penso que esta foi a wake-up call que estava a precisar. Não é pensar que seja; é ter uma necessidade enorme de que tenha sido. Não fazia isto há dois anos. O acordar de manhã e pensar: "Bem, só dormi duas horas e não estudei, portanto não vale a pena" e virar-me para o lado. Depois de três meses de férias a dizer que a minha prioridade, acima de tudo, eram as notas, isto não faz qualquer sentido. As coisas têm que mudar. Sempre soube que o principal problema no meio desta história toda não eram os outros, era eu. Sei que isto é só mais uma fase. Mas que fique aqui escrito que a partir de amanhã isto vai mudar. Nem que não durma e que tenha que ir para lá quase a arrastar-me, que não trabalhe, que não tire notas, que não faça absolutamente nada e que só me apeteça chaciná-los - ao menos vou.

Vou aproveitar este dia que, aparentemente, tirei para mim para ver se faço um trabalho que compense a falta de hoje. Não que vá contar o mesmo para avaliação, que era injusto para os outros, mas que atenue um bocado os efeitos colaterais da coisa. Vou ver o Half Nelson e comprar aquelas bolachas do Minipreço. E ver se acabo o livro péssimo que estou a ler.

Desengradar o quadro não foi tão mau quanto isso. Com jeitinho, conseguiu-se. A tela está extremamente frágil, a desfiar nos cantos. Não sei muito bem como vou resolver esse problema, mas já me deram umas ideias. Há umas fitas de algodão que dão para cobrir aquela parte da tela, que como fica tapada pela moldura não faz grande mal se destoar. Amanhã vai ser limpar superficialmente antes de começar a tratar das coisas que faltam. Descobriram-se lacunas pequeníssimas, o que é extremamente chato porque se há coisa que não gosto de fazer é reintegração cromática. Razão número um porque prefiro trabalhar com madeira e metal. Mas não há-de ser nada. O quadro podia estar em pior estado, de todos é o que está melhor, e estou bastante curiosa para ver o resultado final. Como aquilo é sem aquela camada amarelosa de verniz envelhecido e de camadas de Pronto.

E foi mais um post pessoal. Isto sou eu deitada, com o portátil em cima da barriga, a ouvir uma série muito náinetis na RTP Memória com a Rita Blanco, a pensar para mim e a escrever o que penso. Vou arranjar uma tigelinha de cereais, dar uma arrumadela à esterqueira que isto está e arranjar coragem para sair do quarto.

Monday, October 29, 2007

the Casanova in your dreams!

"And without warning when we're almost at the top, the wheel that turns as all comes to a sudden stop! The wind that has blown us dies a quick and painless death. The air gets clammy and we hold each other's breath. We get a feeling that we're not alone in this... and then a God (who really ought not to exist) sticks out a great big hand and grabs me by the wrist and asks me:

- Why?

And I say:

- Well, God, it's like this. It may be arrogance, or just appaling taste, but I'd rather use my pain than let it all go to waste on some old God who tells me what I want to hear. As if I cannot tell obedience from fear! I wanna take my pleasures where and how I will, be they disgraceful or distasteful our distilled. And to be frank, I find that life has more appeal without a driver who's asleep behind the wheel.

Then God decides that he has taken quite enough of all this atheistic tosh I'm spouting off. And so he calls upon his favourite angel choir to sing of times when men were filled with Christian fire. But over-zealous angels flap their wings too fast, and cause the wind to blow and turn the wheel at last! And soon our feet are back on solid ground, and I hear a voice say:

Don't look down."

O bilhete para o Cure já está ali guardadinho.

Sunday, October 28, 2007

lady lazarus

"If you only knew how the veils were killing my days.
To you they are only transparencies, clear air.

But my god, the clouds are like cotton.
Armies of them. They are carbon monoxide."
Sylvia Plath, "A Birthday Present", Ariel.

Tu devias era estar a estudar

Mas não estás. E vá de preencher o tempo com aquelas futilidades que uma pessoa faz para se distrair.

HÁ 10 ANOS:
01. Tinha 11 anos.
02. Estava a meio do 1º período do 5º ano.
03. Achava-me o máximo, mas no fundo sabia que não era.
04. Comecei a dizer bué e palavrões e a ser má.
05. Fui ao meu primeiro concerto e gritei muito. Mas não digo qual foi.

HÁ 5 ANOS:
01. Ui.
02. Estava a começar o segundo 10º ano. Chumbei por motivos parvos - para não perder a companhia que tinha. Achava que as coisas iam ser muito diferentes.
03. Ficava a fingir que dormia durante as manhãs.
04. Comecei-me a vestir de preto da cabeça aos pés.
05. E a usar eyeliner carregado, a deixar de comer, a gostar muito de mim e coiso.

HÁ 2 ANOS:
01. Fiz, provavelmente, as piores decisões da minha vida.
02. Desisti do 12º a quatro meses de acabar. Com média para entrar em faculdades.
03. Escolhi vir para o Porto por razões que, sinceramente, já não me consigo lembrar.
04. Fui a Paredes de Coura e foi uma coisa que me ficou aqui gravada.
05. Já não me chamavam defunta, mas a coisa estava que parecia que tinha um véu muito fininho a tapar.

HÁ 1 ANO:
01. Estava a descobrir as coisas boas da vida.
02. Apaixonei-me.
03. Tinha dois grandes amigos, um que ainda tenho, outro que foi com os cães por motivos que ainda não sei quais são e não sei se quero saber.
04. O véu fininho rompeu-se.
05. Mas os meus dias tinham várias razões de ser, eram cheios e sentia-me acompanhada e apoiada a toda a hora por essa pessoa que foi com os cães.

ONTEM:
01. Vi o Zodiac em capítulos e gostei.
02. Fui ao IKEA e jurei para nunca mais - ou para um dia de semana.
03. Cheguei à conclusão que tiras com cola com moscas mortas coladas, num restaurante, por cima das mesas, não é coisa apelativa de se ver.
04. Descobri CDs que achava que já não tinha.
05. Não estudei.

HOJE
01. Acordei à hora de almoço com dores nas costas.
02. Devia estar a estudar.
03. Fiz uma viagem entediante de 2h40 a ouvir música que já estou farta de ouvir, mas tenho preguiça de mudar as coisas no iTunes.
04. Pensei demais no futuro.
05. Comi carne.

AMANHÃ:
01. Não vou comer carne. Nem nos próximos meses, anos. Nheca.
02. Vou passar um dia inteiro isolada numa oficina - porque escolhi estar isolada - a limpar um quadro de família e a discutir com o professor porque acho que desengradar aquilo só vai romper a tela e é asneira.
03. Vou almoçar mal.
04. Jantar ainda pior.
05. Ter um dia de merda. E estudar.

COISAS SEM AS QUAIS NÃO CONSIGO VIVER:
01. Livros.
02. Música.
03. Livros.
04. Filmes.
05. Família e cão.

MAUS HÁBITOS:
01. ^^
02. Preguiça.
03. Negativismo.
04. Ingenuidade.
05. Mania da perseguição.

PROGRAMAS/SÉRIES TELEVISIVAS QUE GOSTO DE VER:
01. Friends
02. Six Feet Under (quando consigo apanhar)
03. Grey's Anatomy
04. ...
05. Com uma ligação que não dá para sacar nada, não ando a acompanhar nada do que se anda a fazer e de que toda a gente fala. Sue me.

COISAS QUE ME ASSUSTAM:
01. A morte.
02. A velhice.
03. Baratas.
04. Abelhas.
05. Aviões.

BANDAS/MÚSICOS PREFERIDOS:
01. Bright Eyes.

COISAS QUE GOSTARIA MUITO DE FAZER NESTE MOMENTO:
01. Comer.
02. Ter força de vontade para estudar.
03. Mas a verdade é que o rocócó é piroso e o neoclássico é chato e tira a vontade.
04. Ter alguém que me distraísse do facto de que tenho de estudar.
05. Beber.

LUGARES QUE AINDA NÃO CONHEÇO E QUE GOSTARIA DE VISITAR EM FÉRIAS:
01. Irlanda.
02. Escócia.
03. São Petersburgo/Moscovo
04. Austrália
05. Fazer uma road trip pelos E.U.A. com paragem obrigatória em Boston, Washington, New Orleans, Hannibal, Rochester, Gilbert, San Francisco, Omaha, Grand Canyon.

Oh the Sunday sleep!

1. A mudança da hora é uma treta pegada, que não faz absolutamente diferença nenhuma. Se alguém que venha aqui parar, por puro acaso, saiba o porquê do ter que mudar a hora, por favor explique-me.

2. Dormir até à hora do almoço dá dores nas costas.
3. O Adão foi o primeiro homem couve.
4. Há coisas que não voltam, por mais que desejemos. Sinto falta do meu amigo.
5. A chave para não se achar o Zodiac completamente entediante é vê-lo em dois dias. Foi o que fiz, e gostei bastante.
6. Não se devem fazer posts com coisas inúteis que se aprenderam durante a semana.
7. Vi o Conor a tocar a Four Winds no Jay Leno. Pela fatiota e pelo cabelo, deve rondar a altura do lançamento do Cassadaga, antes dele ter metido na cabeça que vestir-se todo de branco é que era da cena e ter cabelo à Charles Manson lhe dava pinta.

Thursday, October 25, 2007



Era uma vez Outubro de 2006.

Wednesday, October 24, 2007

Hoje é o dia.

Pequena alusão àqueles anúncios da Nicola que insistem em estar no meu caminho de todos os dias e que fazem uma pessoa sentir-se mais sozinha do que já anda.
Mas sim, hoje foi o primeiro dia em que voltei a casa sem sentir um peso enorme em cima nem os cantos da boca a murchar. Embora agora as coisas estejam, lentamente, a voltar ao seu estado natural, que é precisamente o oposto. Isto oito anos do mesmo... força do hábito. Foi o primeiro dia em que não pensei em agredir ninguém fisicamente. Foi o primeiro dia que achei que tudo podia voltar a ser como era dantes. Mas agora... o evidente tende sempre em aparecer-nos à frente quando achamos que as coisas estão a mudar. E o evidente é que as coisas não vão mudar. Por muito tempo que passe, por muita conversa de circunstância que haja. E há coisas que eu gostava tanto, tanto de conseguir dizer...
Engraçado como num espaço de meses uma pessoa se vê afastada de duas das pessoas que mais sentido deram a isto tudo.
Takes the pain away
That could not make you stay
It's way too broke to fix
No glue, no bag of tricks
Lay me down, the lie will unfurl
Lay me down to crawl.

Tuesday, October 23, 2007

"- Mas com que fim criou Deus o mundo? - tornou Cândido.
- Para nos irritar. - respondeu Martin.

(...)

- Parece-vos - tornou Cândido a perguntar - que os homens sempre viveram em guerra uns com os outros e que foram desde o princípio o que são hoje: mentirosos, velhacos, pérfidos, ingratos, intriguistas, fracos, levianos, cobardes, invejosos, glutões, bêbados, avaros, ambiciosos, sanguinários, caluniadores, devassos, fanáticos, hipócritas e tolos?
- Acreditais que os gaviões tenham comido sempre as pombas? - observou Martin.
- Sem dúvida - respondeu Cândido.
- Ora bem, - disse Martin - se os gaviões têm tido sempre o mesmo carácter, porque pensareis que os homens hajam alterado o seu?"

Voltaire, Cândido, Ed. Inquérito, p. 237

Sunday, October 21, 2007

Elementary, my dear Watson

Dizem que o Julian Barnes é um dos mais conceituados autores de literatura inglesa contemporânea - se é, não sei. Não fui pelo nome, não fui pelo título, fui pela crítica - que é coisa que muito, muito raramente faço. Já o tinha visto, já o tinha visto na mão, mas quando vi que era sobre Sir Arthur Conan Doyle não fiz muito caso porque pensei que fosse aldrabice. Depois li que era baseado em factos verídicos, o interesse cresceu e digamos que é um livro muito bom.

De facto, aborda factos verídicos, e extremamente bem documentados (como o autor escreve numa nota, só uma das cartas é fictícia). Fala da vida de Sir Arthur Conan Doyle e de George Edalji separadamente, juntando-se os dois só nos capítulos finais. O tema central é um caso verídico, que ficou conhecido como Os Ultrajes de Great Wyrley, que consistiu na acusação e sentença injustas a trabalhos forçados de um homem, George, que se viu alvo de provas mal fabricadas e teorias da conspiração devido a um certo preconceito racial - mesmo que o próprio o pensasse impossível. Sir Arthur Conan Doyle, numa fase especial da sua vida, leu de relance o caso de George, e empenhou-se em provar a sua inocência, limpar o seu nome e devolver-lhe a vida que perdeu depois de sair da prisão.

Para além de estar extremamente bem escrito, ser uma história verídica bem documentada e corresponder a uma época que gosto muito, gostei sobretudo de saber mais sobre a vida de Arthur Conan Doyle. Durante alguns anos desenvolvi uma obsessão pouco saudável pelos livros do Sherlock Holmes e pela série com o Jeremy Brett (que agora passa na RTP Memória), mas sabia muito pouco do génio por trás de toda aquela lógica, dedução e brilhantismo. Descobri um homem que se sentia escravo da sua própria criação, que preferia ter escrito romances históricos toda a vida e um fervoroso seguidor do espiritismo, que naquela altura começava a ter maior amplitude.

Depois também há aquela coisa interessante de se ler a coisa certa na altura certa. Neste caso nem foi tanto a coisa certa nem a altura certa, foi mais um eco de um assunto que me anda a provocar imensa ansiedade - aliás, que a provoca há imensos anos, mas que ultimamente se tem acentuado. Revi muito do que penso sobre o assunto e que me deixa completamente em pânico aqui:

"E, nesse momento, George foi assaltado pela consciência de que todos iam morrer. Às vezes reflectia na sua própria morte; sofrera com a morte dos pais - o pai há doze anos, a mãe há seis; lera a necrologia nos jornais e assistira a funerais de colegas; e estava aqui para a grande despedida a Sir Arthur. Mas ainda nunca compreendera - embora fosse mais uma consciência visceral do que uma percepção mental - que todos iam morrer. É certo que fora informado em criança, embora no contexto de passarem todos - como o tio Compson - a viver depois, no seio de Cristo ou, se fossem maus, noutro lugar qualquer. Mas agora olhou em redor. O príncipe Alberto já estava morto, é claro, e também a viúva Windsor, que o chorara; mas aquela mulher com um guarda-sol ia morrer, e a mãe ao lado dela morreria antes, e as crianças pequeninas morreriam depois, mas se houvesse outra guerra os rapazes podiam morrer antes, e os dois cães ao pé delas iam morrer também, e os músicos ao longe, e o bebé no carrinho, até o bebé no carrinho, mesmo que vivesse até ser tão velho como o habitante mais velho do planeta, cento e cinco, cento e dez, ou o que era, aquele bebé ia morrer também."

p. 419

Podia ter escrito mais qualquer coisa, mas tenho a cabeça lá longe no meio de coisas que me interessam mas que sou completamente inapta para as seguir academicamente.

O guilty pleasure

ooooooohhhh lalalala oooooohhhh lalalala

Friday, October 19, 2007

Isto não tem piada

Estava a almoçar e a ver um programa sobre cinema e afins, vi isto e lembrei-me de uma coisa de gente parva com dinossauros e coisas do género. Mas não tem piada. Gente parva.

Glasgow, 15/10/07

Release the Stars
Going to a Town
Sanssouci
Rules and Regulations
Cigarettes and Chocolate Milk
Tulsa
Tiergarten
Leaving for Paris Part II
Between My Legs
The Consort
Do I Disappoint You
A Foggy Day in London
If Love Were All
Nobody's Off The Hook
Beautiful Child
Not Ready to Love
Slideshow
Macushla
14th Street
Danny Boy
I Don't Know What It Is
Get Happy
Gay Messiah
Já estou mais animada. É ver se continua a tocar pelo menos a Beautiful Child e a The Consort até 6 de Novembro e se tem assim instintos para a Go or Go Ahead e prometo que não me queixo e que não digo "devia ter ido a Interpol".

sing hallelujah, c'mon, get happy!

"Rufus Wainwright está de volta às edições com um álbum e um DVD de tributo a Judy Garland, a cantora que tornou famosa a canção «Over the Rainbow». O cantor apresentou-se em palco no no Carnegie Hall (Junho de 2006) com o espectáculo «The Greatest Show of All Time ever staged in honor of The Greatest show of All Time» e é esse espectáculo que chega a 3 de Dezembro em registo CD.O concerto de Rufus no Carnegie Hall recriou canção a canção a lendária actuação de Garland no mesmo espaço, em 1961. Rufus Does Judy at Carnegie Hall é o nome do duplo CD que inclui as versões de «Over the Rainbow», «Come Rain or Come Shine» e «Zing! Went the Strings of My Heart». Em palco, com Wainwright esteve uma orquestra de cordas de 36 elementos orientada por Stephen Oremus (famoso pelos seus espectáculos na Broadway).O DVD intitula-se Rufus! Rufus! Rufus! Does Judy! Judy! Judy! Live at the London Palladium , chega às lojas no mesmo dia do CD, e baseia-se no mesmo espectáculo, embora apresentado no palco de Londres. No concerto participaram a sua mãe Kate McGarrigle, a irmã Martha e a filha de Garland, Lorna Luft."

A negrito está o importante. Vai ser a única prenda de Natal que vou pedir, que eu sou uma rapariga modesta.

Tuesday, October 16, 2007

Oh and the blues, I got the blues, THAT'S ME!

Encontrei vídeos da I've Been Eating For You, The Center of The World e um lindo que não conhecia da Let's Not Shit Ourselves. Não estou em mim. E isto não interessa a ninguém. Mas não estou em mim. No estado de voltar à melhor origem de todas, à mais confortável e ao eco de tudo o que eu penso, isto são pérolas. Pérolazinhas. E um concerto acústico de meia horinha. Ganhei o raio do dia. E vou ficar histérica para outro sítio.

Monday, October 15, 2007

The Tudors

Não estou a criticar, nem sequer vou comentar. Apenas tenho dois pontos que gostava de salientar. Só dois assim pequeninos, que secalhar nem têm importância.


Primeiro:



É só que não me parece bem.

E segundo, gostava de saber quem foi o rei português que casou velho, manco, com uma irmã de Henrique VIII chamada Margaret que o atabafou com uma almofada para fugir com um jeitoso que eu conheço de algum lado mas não me lembro de onde (acho que é do Count of Monte Cristo). É que na Wikipedia não tem. Nem na minha fiel enciclopédia viva de História e Intrigas de Portugal.

Edit: Encontrei. É uma personagem fictícia - bem me quis parecer - e o tal Rei de Portugal também era fictício. Serviu de alguma coisa? Sim. Para mostrar que Portugal era governado por reis asquerosos, tarados e com pés sujos. Eu bem me quis parecer que havia ali coisas na série que não batiam muito bem. A começar pelo Jonathan Rhys Myers. Vou refilar ali para o canto. Sim?

Coisas que aprendemos esta semana

1. O Paul Banks gosta muito de dizer breaks/brakes.

2. O Becoming Jane não estreou em nenhuma sala do Porto, o que é bastante conveniente visto eu já estar a contar com o ovo no rabo da galinha.

3. O Cillian Murphy vem (vai) a Espanha filmar cenas do Dali and I: The Surreal Story. É com o Al Pacino a fazer de Dalí, o que me leva a arquear a sobrancelha.

4. "Há um cepticismo que ultrapassa em imbecilidade a falta de entendimento do bronco." - Hellenbach.

5. O amigo Z. voltou a fazer parte da minha vida.

6. Ouvi a Old Soul Song for the New World Order na Radar. Ou seja, hoje fica marcado como o dia em que ouvi o Conor na rádio, desde aquela vez há um ano no Coyote, na Antena 3.

7. O Julian Barnes escreve bem.
8. Desfazer malas é muito, muito chato.

Thursday, October 11, 2007

Turn of the Screw

Turn of the screw - a metaphorical expression that signifies an unpleasant or disconcerting turn of events. However, the idiom derives from the torture chamber, where its meaning was all too literal. The "screws" were the grim instruments of torture that jailers (who also came to be known as "screws") applied to the limbs of their captives in order, usually, to extract the appropriate confession.
.Há alguns anos, quando tinha cerca de 9, 10 ou 11 anos, costumavam-me oferecer uns livrinhos da Penguin, de uma colecção chamada "Penguin Young Readers", que, basicamente, resumiam grandes clássicos da literatura num texto simples, com palavras extremamente acessíveis. Eram uns livrinhos pequeninos, que, consoante o grau de conhecimento do pequeno leitor, aumentavam o grau de dificuldade. Foi nessa altura que li, se se pode chamar isso, o Turn of the Screw, de Henry James, pela primeira vez. Aqui fica a capa dessa edição para pequeninos:


Lembro-me que me impressionou bastante. Penso ter sido dos únicos livros deste género que me ofereceram que "li" do princípio ao fim (este e acho que o My Family and Other Animals, do Gerard Durrell). Fiquei siderada com a primeira vez que a governanta vê o rosto de Quint, à janela, numa das duas torres da mansão - as imagens que o livro trazia também ajudavam. Entrei naquela paranóia própria de crianças em que via aquela cara em todo o lado e tinha medo do escuro; até de tomar banho, porque quando o vidro da banheira começava a embaciar tinha medo que aquela cara se materializasse. Li-o umas duas, três vezes, até que a fase passou.

Há dois anos, encontrei a versão integral, na Fnac, naquelas edições amorosamente baratas da Wordsworth Classics (que até em Londres são tão baratas que até dói) e, só por curiosidade, para ver como era, afinal, a versão original, trouxe-o. Só agora é que me lembrei de lhe pegar.

Sempre achei a linguagem de Henry James um pouco difícil - não difícil no termo de ser complicada de perceber, mas no sentido de ter muitos floreados, de pôr palavras a mais para chegar a uma certa ideia. Tentei ler o Portrait of a Lady, quer em inglês, quer em português; no primeiro caso, o floreado foi tanto que comecei a confundir os personagens presentes na cena, no segundo, penso ter sido a tradução. Mas ainda não desisti. O outro contacto que tive com o senhor foi com uma biografia romanceada, O Mestre, cujo autor agora não me ocorre, e que também achei entediante. Desse já desisti. O mesmo acontece com Turn of the Screw, a linguagem floreada, a complexidade.

O livro narra a história, na primeira pessoa, de uma rapariga que, no primeiro momento, vai a uma entrevista para um trabalho como perceptora de duas crianças, numa mansão de campo em Bly. Consegue o trabalho, mas fica curiosa com a atitude do patrão, que pede-lhe para não lhe comunicar o que quer que seja que tenha a ver com a casa e com as crianças. O receio que tinha dissipa-se ao ver, pela primeira vez, a rapariga, Flora e, mais tarde o irmão, Miles, crianças que ela descreve como parecendo dois anjos na terra, incapazes de qualquer mal (este tipo de descrições são um bocadinho monótonas; parece aquela pureza e lamechice do Romantismo bucólico inglês, com os passarinhos no campo e a luz do sol e as flores). Contudo, certa tarde, numa das poucas horas que tem só para si, a meio de um passeio, vê um homem a olhar fixamente para ela do alto de uma das duas torres da mansão. Um homem bem-parecido, segundo ela. Impressionou-a o facto de ele nunca tirar os olhos dela, mesmo quando se movia. Intrigada, pensou perguntar aos outros empregados da casa, mas algo nela disse-lhe que eles tão pouco sabiam da presença do estranho naquela casa (pelo meio há uma referência à Bertha de Jane Eyre, como exemplo de um familiar preso na cave, um segredo de família inominável). Mais tarde, vê outra figura, desta vez uma mulher. São os primeiros acontecimentos que vão desencadear uma acção cheia de suspense e paranóia, suspense esse ajudado pela mansão em si, que aos poucos vai perdendo o seu carácter bucólico e ganhando tons mais sinistros e pelo isolamento daquelas pessoas.

Li algures que um dos grandes méritos do livro é deixar ao critério do leitor se a narração é uma verdadeira descrição dos factos, ou se revela uma paranóia, uma neurose interior na própria perceptora, que imagina tudo aquilo. Não sei. A opção da neurose torna as coisas muito mais interessantes do que o ser simplesmente mais uma história de fantasmas, e claro que torna tudo um pouco mais credível para os mais cépticos.

Turn of the Screw foi alvo de várias adaptações para o cinema, sendo a mais memorável a intitulada The Innocents, da qual foram extraídas as imagens do livrinho que tanto me impressionou quando era mais nova. Também serviu de base para esta coisa maravilhosa:




Como sugestão de um autor de ghost stories absolutamente brilhantes, já que se está a falar do tema, fica o senhor M. R. James (que tem um conto sobre um quarto número 13 que me veio imensas vezes à cabeça quando estava a ver o 1408, especialmente naquela parte em que ele põe a cabeça de fora e se vê a ele próprio no prédio do outro lado da rua - não tem nada a ver, mas fez-me lembrar).



E foi o post pseudo da semana.

But I've ran out of patience
I've run out of comments
I couldn't care less.
O probrema é que esta atitude bonita de "I couldn't care less" não se está a aplicar só àquilo que devia ser, mas está, sim, a englobar um "I couldn't care less" geral que me começa a prejudicar em grande escala. E eu sei perfeitamente em que momento é que isto voltou a acontecer. Não pode, não deve, mas é mesmo assim. Foi a partir do momento em que me apercebi que as coisas, de forma geral, realmente não mudam - a não ser, claro, se formos nós a mudá-las. Falta é coragem de levantar, de fazer alguma coisa. Para a semana tenho que proceder a medidas drásticas para levantar o rabo e a moral da cama, porque senão não há cursinho para ninguém e aí é que a coisa fica preta. E não vou ter ninguém a quem culpar a não ser eu mesma. E depois volta tudo ao ponto onde se está agora. E depois, e depois, e depois.
Volto só a repetir o que escrevi por volta de Agosto. Gostava muito, sinceramente, que as pessoas fossem um bocadinho mais honestas.

Sam Peckinpah's Salad Days

Sonhei que:

- tinha ido a um concerto de Interpol, de borla, promovido pela Galp: era o ensaio do concerto de 7/11. Ouvi a Mammoth e a The Lighthouse assim e o Paul Banks andava a pedir a toda a gente para cantar com ele, eu disse "no way" e ele ofendeu-se.
- que estava na Florida e que a minha obsessão não era aproveitar a Florida, mas sim ver se havia concertos de Bright Eyes lá naquela altura, porque como a viagem tinha sido uma surpresa não tinha tido tempo de verificar. Então andei a correr em ruas cheias de teatros e cinemas e lojas de CD's à procura de panfletos, do que quer que fosse. Acabei por ir parar a um cinema cheio de portugueses ver um filme sobre look-a-likes.
A mente tem percursos bizarros para conseguir afastar o peso que se sente no consciente por ter faltado mais um dia às aulas. Hooray!

Tuesday, October 9, 2007

Primal evil what am I
Tongue-tied until the day I die
There's no love made with mermaids
It's just distraction or so they say

And I'm too tird to care about it
Can' t you see it in my face, my face
When I feel this strange can I go through this again?

It's a sorry state you're getting in
The same excuse is wearing thin
There's no self control left in me
What was not will never will be
And I'm too tired to care about it
Can't you see it in my face, my face
When I feel this strange can I go through this again?
'Coping', BLUR, Modern Life Is Rubbish.

Monday, October 8, 2007

Oh, sir, my fire is very small
It will not warm thy heart at all
But thee may take me by the hand
And hold me
And I'll call thee Sand.

Sunday, October 7, 2007

D. Pedro V, Maria Filomena Mónica, Temas e Debates



"Sinto-me forçado a procurar ajuda nos livros, pois nesta terra de laranjas e limões e de humanos com cabeça de abóbora, há muito poucas pessoas com quem possa discutir assuntos históricos e políticos."

Desde pequenina que tenho um fascíncio algo parvo por este senhor, desde o dia em que abri o Grande Livro dos Portugueses e vi lá o quadrinho. Tenho vindo a comprar tudo o que vejo relacionado com ele - até um livro infantil escrito, também, por Maria Filomena Mónica -, até a ensaios sobre caminhos-de-ferro no séc. XIX relacionados com as viagens que fez pela Europa. Portanto, foi muito bom ter encontrado um livro que sintetiza toda essa informação que tenho vindo a recolher. Extremamente bem documentado, e nada maçante, é uma biografia extremamente interessante sobre "o primeiro homem moderno português", um homem depressivo, melancólico, misantropo, que desprezava as falhas do país que lhe tinha calhado governar, que aspirava pela modernização deste mas que se deparava com a apatia geral. Continuo a dizer que, se não tivesse governado apenas seis anos, teria sido, provavelmente, o rei que mais teria feito para o desenvolvimento do país. Infelizmente, morreu cedo e sucedeu-lhe o irmão, que pronto, aparentemente era ligeiramente diminuído intelectualmente e, ao ver de D. Pedro, incapaz de se dedicar e de empreender as mesmas coisas do mesmo modo.

Por outro lado, era extremamente pedante e snob. Mas com a inteligência que tinha, quem não seria.

Thursday, October 4, 2007

I warned you about 1408

Numa altura em que as obras de Stephen King têm sido assassinadas no grande ecrã, chega-nos 1408. E o que é 1408? É a história de um escritor, Mike Enslin que, depois de um primeiro romance promissor, e devido a acontecimentos traumáticos na sua vida, se dedica à escrita de livros sobre o paranormal, guias de casas assombradas e derivados. Sem acreditar em nada do que escreve. Um dia recebe um postal de NYC, com o Dolphin Hotel apenas com as palavras "Do not enter 1408" escritas no verso. And the rest is history.

Talvez 1408 seja a primeira boa adaptação de um livro de Stephen King que vemos há algum tempo. Já li algures que não é completamente fiel ao original, mas que, em vez disso, transporta na perfeição o ambiente de paranóia e claustrofobia e medo e pânico presente nas suas páginas. Quanto a isso não sei, porque nunca o li. Mas acredito. Como acontece com Sunshine, sentimos realmente que estamos ali dentro, devido a uma série de pormenores, mas particularmente devido aos sons. Especialmente a parte daquele apito irritante dentro da cabeça, toma-nos por completo. A certo ponto parece que também nós estamos a entrar naquela paranóia, a sentir aquele pânico e aquele desejo de sair como se a nossa vida dependesse disso. Quando ele pensa que sai, é aquela sensação de alívio que sentimos quando conseguimos acordar de um pesadelo particularmente terrível, só para segundos mais tarde regressarmos a ele e voltarmos a mergulhar na angústia e no medo. Nestes pontos, está muito, muito bem conseguido. Pontos para o John Cusack, que é um dos meus favoritos e que já não via há algum tempo a desempenhar algo com tanto empenho. Claro que o filme também perde. Deve ser sina de thrillers e filmes de suspense, a partir do meio, ou de alguns minutos depois do meio, começam a tornar-se algo repetitivos... começamos a pensar coisas como "o que é agora", cada vez que voltamos a ouvir outro barulhinho. Mas gostei. Gostei muito.

Como exemplo de outra adaptação de S.K. que achei muito boa, fica isto:



A parte curiosa é que um dia estava a ver um programa muito mau chamado Beyond Bizarre, num canal que não vou dizer qual é para não manchar possíveis reputações (estava só a fazer zapping, verdade verdadinha), em que estavam a falar duma mansão, a mansão Winchester se não estou em erro, cuja história era parecidíssima com a de Rose Red. Armei-me, fui investigar, e era mesmo. Stephen King baseou-se na história de Sarah Winchester, que acreditava ter espíritos à sua volta que lhe diziam para nunca deixar de construir, para continuar a adicionar divisões, anexos, o que fosse à casa. Até li que a mini-série era para ser filmada lá, mas acho que por obras não foi possível. Não me lembro bem. A Winchester House é esta:



E tem coisas como escadas que não vão dar a lado nenhum, portas que quando se abrem ou têm uma parede, ou se uma pessoa não está calhada cai lá abaixo, coisas do género. Ainda hei-de ler mais coisinhas sobre isto, que casas antigas com história são uma paixão muito minha.

Chega de nerdice. Vou para casa.

Ver filmes pela segunda vez tem a vantagem de nos dar outras perspectivas, ou acentuar as suas falhas. Foi o que aconteceu. Percebi que, o que tinha achado demasiado forçado quando fui ver ao cinema, era realmente descabido. O filme é bom, tem grandes méritos a nível de efeitos, de veracidade de dados (cedidos pelo prof. Brian Cox) - embora a missão em si seja improvável -, a recriação de um ambiente fechado, claustrofóbico, agonizante em que o próprio espectador parece sentir-se apertado entre quatro paredes com pessoas que já não suporta e o ritmo da acção, da parte do suspense propriamente dita. Mas perde um pouco a partir do momento *spoiler* em que o Pinbacker aparece dentro da Icarus II. Mas isto, claro, sou só eu, que sempre fui relativamente céptica quanto a FC.
Mas, como já disse, tem as suas grandes vantagens [inserir isto ^^].


come up and see me, make me smile

O Slade.


O Cockney Rebel.


As Mamãs e os Papás.


New Young Pony Club, ou a banda mais sugestiva que tenho ouvido recentemente:


Este:


Wednesday, October 3, 2007

Entertain me.

Ernold Same awoke from the same dream
In the same bed
At the same time
Looked in the same mirror
Made the same frown
And felt the same way as he did every day
Then Ernold Same caught the same train
At the same station
Sat in the same seat
With the same nasty stain
Next to same old what's-his-name
On his way to the same place
With the same name
To do the same thing
Again and again and again
Poor old Ernold Same

Tuesday, October 2, 2007




- Aristotle was not Belgian, the principle of Buddhism is not "every man for himself", and the London Underground is not a political movement. Those are all mistakes, Otto. I looked them up.

like the circles that you find, in the windmills of your mind

Isto da chuva tem o seu lado bom, que é poder andar na rua com um guarda-chuva igual ao que mais abaixo se vai mostrar e ter gente com "aquele aspecto" a apontar e a dizer:

- Éah azule.

Como se nunca tivessem visto nada parecido em todas as suas vidinhas deprimentes e desprovidas de qualquer actividade que não seja sentar o rego no banco do jardim a ver passar as moças e ir a jogos do FêCêPê aos Domingos, mas assim cedinho cedinho para marcar lugar e à hora do jogo estar com uma bebedeira tal que saem do estádio sem saber quem ganhou ou quem perdeu.

É azule.

Porque nos dias que correm, armar-me em Kitten Braden é a ordem do dia. É o melhor a fazer, quando há atitudes que pura e simplesmente não se percebem, que vêem de onde menos se espera. Mas já estamos seres tão empedernidos que já achamos curioso e nos perguntamos "que raio foi agora".