Thursday, October 4, 2007

I warned you about 1408

Numa altura em que as obras de Stephen King têm sido assassinadas no grande ecrã, chega-nos 1408. E o que é 1408? É a história de um escritor, Mike Enslin que, depois de um primeiro romance promissor, e devido a acontecimentos traumáticos na sua vida, se dedica à escrita de livros sobre o paranormal, guias de casas assombradas e derivados. Sem acreditar em nada do que escreve. Um dia recebe um postal de NYC, com o Dolphin Hotel apenas com as palavras "Do not enter 1408" escritas no verso. And the rest is history.

Talvez 1408 seja a primeira boa adaptação de um livro de Stephen King que vemos há algum tempo. Já li algures que não é completamente fiel ao original, mas que, em vez disso, transporta na perfeição o ambiente de paranóia e claustrofobia e medo e pânico presente nas suas páginas. Quanto a isso não sei, porque nunca o li. Mas acredito. Como acontece com Sunshine, sentimos realmente que estamos ali dentro, devido a uma série de pormenores, mas particularmente devido aos sons. Especialmente a parte daquele apito irritante dentro da cabeça, toma-nos por completo. A certo ponto parece que também nós estamos a entrar naquela paranóia, a sentir aquele pânico e aquele desejo de sair como se a nossa vida dependesse disso. Quando ele pensa que sai, é aquela sensação de alívio que sentimos quando conseguimos acordar de um pesadelo particularmente terrível, só para segundos mais tarde regressarmos a ele e voltarmos a mergulhar na angústia e no medo. Nestes pontos, está muito, muito bem conseguido. Pontos para o John Cusack, que é um dos meus favoritos e que já não via há algum tempo a desempenhar algo com tanto empenho. Claro que o filme também perde. Deve ser sina de thrillers e filmes de suspense, a partir do meio, ou de alguns minutos depois do meio, começam a tornar-se algo repetitivos... começamos a pensar coisas como "o que é agora", cada vez que voltamos a ouvir outro barulhinho. Mas gostei. Gostei muito.

Como exemplo de outra adaptação de S.K. que achei muito boa, fica isto:



A parte curiosa é que um dia estava a ver um programa muito mau chamado Beyond Bizarre, num canal que não vou dizer qual é para não manchar possíveis reputações (estava só a fazer zapping, verdade verdadinha), em que estavam a falar duma mansão, a mansão Winchester se não estou em erro, cuja história era parecidíssima com a de Rose Red. Armei-me, fui investigar, e era mesmo. Stephen King baseou-se na história de Sarah Winchester, que acreditava ter espíritos à sua volta que lhe diziam para nunca deixar de construir, para continuar a adicionar divisões, anexos, o que fosse à casa. Até li que a mini-série era para ser filmada lá, mas acho que por obras não foi possível. Não me lembro bem. A Winchester House é esta:



E tem coisas como escadas que não vão dar a lado nenhum, portas que quando se abrem ou têm uma parede, ou se uma pessoa não está calhada cai lá abaixo, coisas do género. Ainda hei-de ler mais coisinhas sobre isto, que casas antigas com história são uma paixão muito minha.

Chega de nerdice. Vou para casa.

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