Friday, June 29, 2007

me cago en la leche

E é caso para dizer finalmente. Ando com isto há bem mês e meio e estava-se a tornar quase impossível de acabar. Mas sou firme, não desisto e ficava mal mostrar tanto desespero com o Sr. Hemingway. Mas a verdade é esta. Não. Não vou dizer que não gostei do livro, ia ser mentira e ia ser de mais. Mas também não foi coisa que me tivesse prendido a atenção nem que me tivesse marcado. É extremamente humano e tudo o mais. É o que um livro cuja acção se passa em plena guerra devia ser, particularmente numa guerra tão drástica como a Guerra Civil Espanhola. Humano, tocante, em que os homens não são encarados nem descritos como apenas soldados mas como homens com um passado, com vida própria. Com desejos de regressar a casa e memórias sobre o que uma vez foi. Gostei também das reflexões pessoais de Jordan, particularmente das últimas, em que começa a questionar os valores em que sempre acreditou, aqueles valores utópicos de guerra em troca do que aprendeu nos últimos quatro dias nas montanhas. E sobre o que a guerra realmente é, e sobre a verdadeira raça do povo espanhol. Mas, no geral, não me prendeu. Nunca senti ligação especial a "livros de guerra", excepto, claro, o Guerra e Paz - que não considero um livro de guerra de todo. De todo, mesmo. Continuando no género de guerra, já tentei por duas vezes ler o A Oeste Nada de Novo e nada. Aliás, passa-se o mesmo com filmes de guerra. Não me prendem. Já foram focados de todos os ângulos possíveis e imaginários - o ângulo cruel, o ângulo humanitário, o ângulo de exploração, o ângulo polémico. Não sei. Não sinto especial fascínio e sinto-me terrível em dizer isto.

Quanto ao Hemingway em si, também achei o estilo... pronto, vamos chamar as coisas pelo nome, chato. Demasiado simples, demasiado descritivo. Por acaso notei uma coisa curiosa. Lido em voz alta adquire um tom diferente que, lido normalmente, não tem. Lidas em voz alta as descrições tornam-se mais vivas, mais fáceis de visualizar, enquanto que, no oposto, uma pessoa se perde. Uma pessoa sendo eu. Provavelmente nem sei do que estou a falar, tenho sempre receio de dizer o que quer que seja sobre isto e aquilo porque não sou entendida no assunto e posso estar a difamar qualquer coisa. Sei que fica mal dizer que o For Whom The Bell Tolls não me disse nada e que não gostei do estilo de Hemingway. Mas como a obra de um autor não se resume a um livro apenas, ainda tenho muito por onde pegar e talvez venha a mudar de opinião.

Portanto, um a menos na lista do que deixei para ler nestes meses. Segue-se isto, para desanuviar (será?) um bocadinho.



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