Tuesday, June 12, 2007

Filipe LaFesta

Hoje passei pelo Rivoli e até tive vergonha de pensar que gosto do Jesus Christ Superstar. Aquilo está parece a feira, e pelos vistos, pelo que ainda estão a montar, vai ficar ainda pior. Sem falar no cartaz que está afixado no parte lateral do Rivoli, em que Jesus parece um actor de filmes pornográficos passados em St. Tropez e os outros estão demasiado artificiais. Gosto sobretudo da planta, e do ar de contentes de todos e da artificialidade daquilo. A culpa disto tudo? Filipe LaFéria. Ou o homem que conseguiu tornar o My Fair Lady num espectáculo de revista em que só faltava porem a mão à cinta e gritarem "aaaaai filhaaaa".



Não é que o senhor não tenha mérito. Graças a ele, Lisboa viu alguns dos musicais que fazem sucesso lá fora, por mais foleira que a encenação tenha conseguido ser. Mas porquê o alarido? O Rent, um dos melhores musicais alguma vez feitos esteve no Porto, e alguém deu por isso? Muito pouca gente, nem foi preciso estar com coisas estapafúrdias à porta do Sá da Bandeira nem nada. A informação estava lá. Quem queria ver, ia; quem não queria, não se sentia incomodado por lhe estarem a esfregar constantemente na cara que o espectáculo estava ali.



Eu tenho perfeita consciência de que um musical, por norma, é foleiro ainda mesmo quando está na cabeça de quem o faz. Tem gente aos saltinhos, a cantar e a dançar. As letras geralmente também são pirosas q.b. Mas é o meu guilty pleasure por excelência. Particularmente o JSC, que é completamente deprimente, dá uma perspectiva totalmente diferente à história que todos conhecemos, tornando-a completamente humana - com os seus defeitos e qualidades. Algo que chocou tanta gente quando estreou nos anos 70 e que levou multidões a manifestarem-se à porta de teatros não merece ser tratada como "mais uma coisa". Merece todo o respeito, particularmente por parte de um homem que está tão ligado à área.

De qualquer maneira, vou ver. É em Português, ainda por cima. Mas ao menos posso criticar com conhecimento de causa.

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