Monday, June 11, 2007

Believe in me as I believe in you

O que dizer do Alive? Bem. Posso começar por dizer que o único aspecto positivo que teve, dia 9, foi White Stripes e The Smashing Pumpkins. E as casas-de-banho. Porque, de resto, até hoje, foi a coisa mais degradante onde estive. Fui a única a apercerber-me disso, acho, graças à minha persistência em não ficar lá à frente (ler entrelinhas: à minha falta de coragem de tentar perder o pânico a multidões); mas a verdade é que nem no Super Bock Super Rock que já de si é horrível vi tanto bêbado junto. À minha volta estava tudo tombado ou prestes a tombar. Eu ia-me ajustando consoante o grau de bebedeira: basicamente comecei numa ponta e acabei noutra. O sítio, em si, também não tinha nada de especial. Era género o SBSR. Um aterro à beira rio com um palco, umas barracas de comida e umas coisas lá para trás que, infelizmente, só me lembrei que existiam quando já estavamos a sair. Não vou dizer que espero que a edição do próximo ano seja melhor, porque também não há muito que se possa fazer, visto o pior ter sido o ambiente. Mas as casas-de-banho foram o melhor que vi até hoje. Quanto ao que interessa.

Triangulo de Amor Bizarro não foi mau. Não foi bom, mas também não foi tão mau quanto as pessoas os pintam. O som não era desengraçado, embora roçasse um bocado a linha da chinfrineira. Pena, pena foi o som estar péssimo; mal se distinguia a voz dele do resto do som. Fiquei com curiosidade em ouvi-los normalmente. Mas pode esperar.

O concerto mais chato do mundo vai pelo nome de Balla, em que um homem que quer ser o Rui Reininho e duas jovens a dançar à tolas lá atrás cantam músicas iguais umas às outras e com o ar mais monótono que pode existir. O senhor não sorria. O senhor quando estava a ficar extasiado limitava-se a fazer um sorriso de "eu domino-vos" e a estalar o dedo com o que ele supõe ser estilo. Foi grande de mais, aborrecido de mais. Não gosto de criticar tanto uma coisa, mas pronto. Até as covers que fizeram de GNR e de Mão Morta soavam iguais ao resto. A última música chegou depois de um "Eu sei, eu sei, os White Stripes..." e um dos grandes momentos da noite foi começando.

Tudo vermelho e branco, os homens do soundcheck vestidos a rigor de fato preto e gravata vermelha, sem esquecer o chapéu. E depois vieram eles. Finalmente, Jack White e Meg White ali, não à minha frente como eu gostaria mas também não interessa. Adorei. Estava à espera de algo muito bom, mas ainda me surpreenderam mais. Foi chato o não conhecer algumas músicas para poder acompanhar, mas... foi fantástico. O que se consegue fazer com apenas uma bateria e uma guitarra, as coisas que aquele homem inventa, faz, as variações que dá à voz... a voz! Fiquei estúpida com a capacidade da voz dele, é absolutamente linda, linda, linda. Foi energia do princípio ao fim, um som óptimo, uma qualidade bem boa, e espero sinceramente aqui do fundinho que voltem cá.

Quanto a Smashing Pumpkins, pouco há a dizer. Os entendidos *cof cof* dizem que foi o melhor concerto que deram em Portugal (quanto a isso não sei mesmo, portanto nada de atirar pedras e dizer que não). Eu não conheço tudo de Smashing. Não tenho os álbuns todos, e dos que tenho também não conheço todas. Mas o pouco que conheço serviu para me levar às lágrimas do princípio ao fim. Mais, acho que aquela chuva miudinha ter começado a cair precisamente no momento em que soaram os primeiros acordes da Today tornou tudo ainda mais ... mais. Tudo muito calmo, um som para lá que perfeito, uma afinação óptima. Estranhei o Billy não ter comunicado muito com o público, mas isso foi o menos. Saí de lá satisfeita. Tinha ido um pouco de pé atrás, por não ir ver realmente uma banda que me dissesse mundos e ir mais por ser o regresso e pela música em si, mas saí de lá completamente satisfeita por me ter resolvido a ir e deixar as tretas para trás. Ao menos não me arrependo de não o ter feito. Mais vale assim.

A cara de êxtase de algumas pessoas depois de verem Smashing depois de sete anos de espera fez-me tomar uma decisão: que vou pegar num bocadinho da minha poupança e vou ver Bright Eyes onde quer que eles estejam (quer dizer, desde que seja na Europa e que não seja festival). Cheguei a casa, fui logo ver as tour dates, e cheguei à conclusão que não está destinado. As datas em que posso são festivais no Reino Unido (too expensive), e depois só Japão ou L.A. Eu estava a pensar qualquer coisa como Alemanha ou Holanda. Mas as datas são incompatíveis. Portanto, ainda não é desta. Mas já esteve muito mais longe.

1 comment:

Alf said...

Eu estive lá no dia anterior. Tirando The Used, foi muito bom (Blasted, Linkin' Park e Pearl Jam).

Talvez por ser homem fiquei com uma ideia diferente da tua em relação às casas de banho :)