Sunday, December 9, 2007

the golden compass

O primeiro de uma série de posts irrelevantes mas que me apetece fazer. Depois de um hiatus demasiado prolongado devido a actividade social (ha! on your face, subconscious!), aqui está:




Costumo ter uma relação de ódio-amor-ódio com o género Fantástico. Digamos que o género Fantástico em seu estado puro, como Tolkien ou Lord Dunsany, não me consegue causar a mínima impressão. Pelo menos lidos. Não digo o mesmo de C. S. Lewis porque acho que se lesse as Chronicles of Narnia era capaz de gostar. Mas agora todas aquelas criaturas com nomes estranhos e linguagens próprias e coisas, não sei. Tentei ler o primeiro volume do Senhor dos Anéis e devo-me ter ficado pelo segundo, terceiro capítulo (também a tradução era mázinha). Mas como teimosia é um dos meus muitos middle names, continuo a tentar, e foi ao ler um artigo na Empire que senti curiosidade em ler Philip Pullman. O artigo era sobre o filme, The Golden Compass, mas explorava muito as teorias anti-religiosas de toda a obra, a inspiração no Paradise Lost de Milton e tudo o mais. Também lhe peguei porque gosto sempre de saber do que se anda a falar, e como o The Golden Compass anda aí, e como prefiro ler antes e ver depois, comprei.

Gostei bastante. Lê-se muitíssimo bem (não se precisa de der um notepad ao lado para apontar a quantidade infernal de criaturas com nomes estapafúrdios), mas prende só de tempos a tempos. Há fases em que só a muito custo é que se consegue ultrapassar - ou então foram influências externas. A heroína, Lyra Belacqua, é amorosíssima e bastante peculiar, por não ter absoluta noção do que está a fazer. É o que os outros personagens dizem, ela precisa de cumprir o seu destino importante sem saber que o está a cumprir, porque se sabe, a missão torna-se impossível. Gosto da ideia dos daemons como extensão da alma do ser humano; funcionam um pouco como um subconsciente ambulante, e como a ideia de uma separação é intolerável.

Não é nada do outro mundo. É giro, entretém e tem ideias interessantes. Já tenho o segundo para ler (parabéns à Editorial Presença pelas capas muitíssimo originais *ironia*), mas antes está a Zadie Smith, a Nicole Krauss, a Virginia, a biografia do Shakespeare e não sei quê não sei que mais. Ah, e se amanhã já tiver dinheiro na conta vou ver o filme, para depois vir aqui dizer mal e "ninguém me mandou ver o filme um dia depois de ter lido o livro". É a bidinha.

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