Tuesday, December 11, 2007

Andrei Andrei Andrei Andrei

Não posso escrever sobre a Guerra e Paz, que deu a semana passada na RTP1, porque, infelizmente, vi pouquíssimo da série. A hora coincide com o que agora é o meu momento social, e há coisas das quais não convém prescindir. Mesmo assim, vi pelo menos uma ou duas coisas que gostava de salientar, e não são bem bem no género de crítica:

- a Natasha. É assim, sempre tive um ódiozinho pela Natasha, por ser tão ... como ela é. Inconsequente, infantil, deixa-se guiar demasiado pelo que é conveniente e pelas emoções e primeiras impressões do que ser propriamente racional. Terem posto a Cleménce Poésy a representar o papel ainda deu um tom mais "pãozinho sem sal" à personagem. A Natasha é morena, de olhar e gestos vivos. Não é loira, branca. A rapariga que fazia se Sónia era mais Natasha que ela. Embora o filme do King Vidor seja francamente mau, acho que a Audrey Hepburn é uma Natasha chapadinha.

- o Andrei... bem, deve ser o segundo Andrei que mais gosto. Corresponde mais ou menos à descrição, tem aquele porte e tudo. O favorito até agora é o da versão da BBC nos anos 70, que é um senhor cujo nome nem sei. O Mel Ferrer, senão fosse o filme ser mau (é o mesmo da Audrey Hepburn) também não estava mal.

É isto. Como escrevi acima, não é nada de profundo e de coiso porque vi muito pouco da série. Os bigodes do Anatole estavam castiços...

Para quem não sabe, o Guerra e Paz foi, durante muito tempo, uma obsessão. Li-o há uns quatro anos, mas foi uma experiência muito... intensa. Costumava fazer resumos do que se estava a passar no meu blog antigo, à novela brasileira. Tolstoi consegue criar um número ínfimo de personagens completamente distintas umas das outras e tornar tudo tão... comovente. Posso dizer sem qualquer medo de ser gozada que o Andrei Bolkonski foi e é o único personagem de um livro por quem me pseudo-apaixonei. Aquele porte dele quando entra no sarau do início do primeiro volume, o ar arrogante, cansado da vida que leva, ansioso por qualquer coisa nova, diferente, o tédio, o fastio. As mudanças que se dão nele por causa de Natasha e da guerra. É um personagem muitíssimo pedante, mas adoro-o. Adoro-o mesmo muito. E ponho o favorito Pierre lá nos recônditos... não sei porquê, à primeira não simpatizei muito com ele. Não me chamou a atenção. A não ser quando se arma em Rambo e tenta matar o Napoleão a sangue-frio.

Tenho que ler aquilo outra vez. Quando tiver tempo. Que enfim.

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