Thursday, September 20, 2007

Good bands gone lame.



Era uma vez um menino de 15 anos, de parte incerta da Austrália, que da noite para o dia se viu transformado num dos mais brilhantes talentos da época, inserido de choque num mundo para o qual ainda não estava mentalizado. Fez dois álbuns bastante razoáveis (embora demasiado grungy para o meu gosto), com hinos à pancada como o Israel's Son, pérolas deprimentes como a Cemetry e trademarks como a Tomorrow. O mundo do róque provocou-lhe alguns distúrbios psicológicos, usou e abusou de drogas, entrou numa depressão angustiante e começou a sofrer de anorexia - foram estes os ingredientes para o melhor álbum que fez, o melhor de sempre, o grande, o supremo, o depressivo, o magnífico Neon Ballroom. Tentou esticar a perfeição até ao Diorama, que a nível sonoro é mais que perfeito mas, a nível de letras, já se começavam a notar algumas falhas, aquela carga emotiva a que estávamos habituados parecia esvair-se. E algumas letras não faziam qualquer sentido "lie amongst your lies like tuna in the brine" ou "you're the analyst, the fungus in my milk". Até que um dia algo correu terrivelmente mal. Terrivelmente. Correm aí rumores que foi a mudança de produtor, mas não pode ter sido só isso. Ele tinha miolos suficientes para não se deixar influenciar tanto. Mas a verdade é que deixou. E perdeu a voz, perdeu a pinta, fez um álbum pavoroso e tornou-se numa anedota pegada com pinta de pimp venezuelano de fita fitnésse na testa. O rapaz neurótico que escreveu a Black Tangled Heart is no more. He has ceased to be. Bereft of life he's gone to meet his maker. And so on. Resta-nos a nós pobres pessoas a quem o Neon Ballroom fez tanta companhia tentarmo-nos esquecer que a banda ainda está no activo. Embora, se cá viessem, talvez ainda os fosse ver. Talvez.

Por falar nisso, estou a isto de vender o bilhete para Rufus para ir ao Interpol. É que Rufus é dia 6/11 e Interpol é no dia seguinte. A não ser que cometa a loucura de faltar às aulas durante três dias seguidos. Não me posso dar a esse luxo. Mas era por um bem maior. Muito maior. Género a The Lighthouse.

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