Tuesday, August 21, 2007

Dois meses e meio

Já passaram dois meses e meio. Não, feitas as contas já passaram três meses e pouco mas, para todos os efeitos, dois meses e meio. Sempre soube que este pedacinho de tempo longe de tudo era tudo o que precisava para conseguir pôr uma pedra no assunto, não seguir em frente - porque, bem vistas as coisas, não estou bem com paciência para o ritual de acasalamento do conhecer-conversa da treta-ficar em estado de estupidez durante semanas-acontecer alguma coisa ou não -, mas distanciar-me a um certo ponto e conseguir definir objectivos materiais de maior importância para mim enquanto pessoa. É sempre assim que me acontece. Depois da recaída, dos dias em que as memórias nos vêm à cabeça por coisas absolutamente de nada, do sentir a falta da presença, do estar lá, do ser quem era, volto ao de cima cheia de planos e de objectivos que, verdade seja dita, grande parte das vezes não se realizam. Mas desta vez vou depositar toda a minha fé, suar as estopinhas que houver para suar, porque afinal de contas é isto que quero desde os 15 anos, e devo ter andado muito ceguinha para me ter esquecido de tal temporariamente.

Portanto, vou mergulhar completamente no estudo, conseguir aquelas pequenas vitórias que tanto orgulho me dão (tenho que conseguir fazer Geometria, se não subo paredes), e tentar ao máximo entrar em Estudos Ingleses e Norte-Americanos para, finalmente, depois deste tempo todo à espera e dos recuos e avanços e recuos e avanços, passar um tempinho na Escócia/Irlanda/Reino Unido/o que for. Acho que se realmente conseguir atingir tudo isto, vou ficar com o ego tão inchado, tão inchado que nunca volto a ter crises de auto-estima.

A ideia de voltar está a ficar cada vez mais presente. Estes dois meses e meio passaram a correr, embora não tenham sido preenchidos com coisas por aí além. Vai ser outro ano de levantar antes das 7 para apanhar o metro e chegar a horas; de tomar o pequeno-almoço a ver as filmagens do metro no PortoCanal, semi-adormecida; de subir a Rua Dr. Ricardo Jorge de olhos meio fechados, a tropeçar em mim mesma e a ir contra a montra da farmácia (já aconteceu); de horas de almoço paradas a olhar para as árvores em boa companhia; de Geometria Descritiva; de não suportar mais o Porto; de mal-dizer constantemente a chuva e a porcaria do tempo; de crises de auto-estima; de inseguranças; de possíveis jantares de raviolis viciantes do Pingo Doce; de Rufus Wainwright; de Massive Attack; queria eu Bright Eyes; de estar insuportavelmente sozinha mas com a luzinha ao fundo do túnel que é a frase que já hoje não me canso de repetir: "É o último." E sei que vai ser muito estranho nunca mais ver aquelas pessoas. Porque eu adoro aquelas pessoas. O problema é o resto.

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