Tuesday, July 17, 2007

O quinto filme

... ou como uma pessoa que lê a série desde a tenra idade de 13 anos já vai ganhando direito de opinar sobre isto e aquilo.

Isto pode vir a ter spoilers, mas também não estou inspirada por aí além para escrever uma coisa com princípio, meio e fim sobre uma coisa que, sinceramente, achei que roçou o medíocre.

Portanto, é um esforço que deve ser elogiado de tentar adaptar o livro duma forma mais "livre", em certos aspectos. Deve ser elogiado, mas os resultados estão longe de ter atingido alguma coisa. Concentraram-se demasiado nos efeitos especiais (que, isso sim, estão muito melhores do que nos outro quatro) e nas linhas gerais da história em si do que em aprofundar certas coisas. A nível de personagens, de diálogos, pareceu-me tudo muito básico, o que nos outros filmes não costumava acontecer. Tinhamos sempre alguns momentos, qualquer coisa que nos fazia entrar mais no que aquilo realmente era. Com este, limita-se a arranhar a superfície e nada mais. Claro, estão todos lá. Mas muito poucochinhos. Aos poucos e poucos também se vai vendo como a Emma Watson é má actriz (se é que se pode chamar actriz, no verdadeiro sentido da palavra, a alguém que ainda só fez, para todos os efeitos, um filme) e como o Daniel Radcliffe, apesar de tudo, é rígido como tudo. Foi bom ver, contudo, que o Rupert Grint, agora que está a ficar maiorzinho, se está a aproximar da imagem mental que tinha do Ron. Ao menos isso.

Detestei aquela tentativa de mostrar como o tal mundo deles coabita lado a lado com o "nosso", com aquela parte em que voam por Londres a alta velocidade. Mais uma vez, aprecio o esforço, mas o resultado ficou muito aquém. Resultou muito melhor a cena no metro.

A melhor coisa foi o Gary Oldman, que é tal e qual como imaginava o Sirius enquanto lia os livros e obcecava com a personagem (aliás, a morte dele no livro levou-me a actos de expressão artística nas paredes do meu quarto que só saiu com água-rás, coisa que sinto um bocadinho de vergonha hoje mas, no fundo, está lá um orgulhozinho de antiga fã ávida). A postura, os fatos, os modos de falar. Tudo.

Não se pode pedir muito do quinto filme, também. Já o livro, na minha opinião, deixou algo a desejar. É um livro de transição, em que tudo muda e segue outro rumo que é depois explorado nos outros dois volumes. Não é que não tenha gostado. Na minha condição sou incapaz de dizer que não gostei dum filme ou de um livro (embora o quinto livro ande lá perto), mas tenho que admitir que não está ... não está bem aquilo que... e não costumo ser daquelas fãs exigentes que querem que tudo o que está no livro esteja lá de chapão. Há que ter consciência que há coisas que não se podem passar, e que adaptar uma obra está sempre sujeita à visão do próprio realizador, há sempre algo que é alterado, também para se adaptar ao filme em si e perder o carácter narrativo e descritivo. Mas é que ... pronto. Acho que já passei a mensagem e ando aqui género cão à volta do rabo.

Num assunto completamente diferente, comprei, finalmente, o Letting Off The Happiness, o que significa que só me falta o álbum com Neva Dinova para ficar com tudo. Menos os singles. Que são o próximo passo, quando tiver coragem e força de vontade para isso.

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