Thursday, January 31, 2008

2:48 on a school night

1. Insónias.
2. Bróculos.
3. Baratas.
4. Certa e determinada pessoa.
5. Rapazes de boné.
6. Executivos/economistas/gestores de 30 anos de fato e gravata no primeiro Alfa da manhã com piadas sem piada sobre, vernaculamente, gaijas.
7. Homens de 50 anos e barriga de cerveja que vão a concertos para se embebedarem, passarem uma noite sem a mulher e se comportarem como miúdos e não, nem sequer sabem quem está a tocar. Geralmente usam uma t-shirt XS numa barriga XXL.
8. Calças brancas.
9. David Fonseca.
10. Outra certa e determinada pessoa com alcunhas demasiado cruéis e a quem dei este link há muito, muito tempo, quando ainda não sabia que [inserir nome] achava que nutria uma profunda paixão lésbica por ela.
11. Qualquer tipo de pessoa que frequente a Escola Secundária Sebastião da Gama.
12. Geometria Descritiva.
13. José Saramago.
14. Dharma & Greg, Men in Trees.
15. Gente que tem o rei na barriga.
16. Chantagem emocional (cala-te).
17. A outra metade do meu cérebro. A metade estupidamente burra.
18. Crianças de 6 anos.
19. Acordar.
20. Tentar adormecer.
21. Vomitar.
22. Fazer reintegração cromática em porcelana ou o que quer que seja.
23. Trabalhar.
24. Russell Crowe, Denzel Washington, Al Pacino, Dustin Hoffman, Matt Damon.
25. Susan Sarandon, aquela gordinha que faz sempre de parva, Jenna Elfman.
26. Ter tempo e não o aproveitar.
27. Horas mortas.
28. Este momento, agora.
29. Red Hot Chili Peppers, Pearl Jam, Coldplay, aquele com voz de gaita que canta o "iór biutifá".
30. Pessoas que furam em festivais a meio de concertos que estou a gostar. Sim, também faço isso às outras pessoas mas quando é comigo mexe-me com os nervos. Já me tornei agressiva e distribui cotoveladas gratuitas a quem se atrevesse a passar por mim durante a Two More Years, naquele concertinho chato que foi Bloc Party antes da catarse no SBSR.
31. Bárbara Guimarães.
32. José Carlos Malato.


Isto porque como se diz, é mais fácil apontar o que não se gosta do que o que se gosta. E como criticar me está mais no sangue do que outra coisa qualquer, estava aqui a lembrar-me disto.

Tuesday, January 29, 2008

You don't really love me
And I don't really mind.
Because I don't love anybody,
I come and go through people's love lives.


Your place or mine?






Take this test!


If we asked your friends, they might tell us you cringe at the word, "fashion." Rarely one to follow trends (unless, of course, they suit your fancy), your look is truly individual and a genuine extension of your personality.


Even when you're running errands, there's something distinctive in your look: maybe vintage sneakers or a wildly printed T. You tend to be someone who likes to have fun with her clothes, and your sense of style usually merits a second look.





Isto seria tudo verdade se tivesse mais dinheiro. Porque de resto a Marie Claire vem todos os mesinhos, upa upa.







Take this test!


Ready to enter all those numbers and stats? To make sure they're all correct? To check and then double-check your work? Didn't think so. Instead, you're happiest making, creating, forming, developing, performing, designing, and devising — as long as it's a creative task, you're into it. Imaginative at heart, you get hives at the very thought of repetitive jobs and yawn-inducing projects.


With your creative mind, brainstorming and developing new projects is what gets your mental motor running, which is why your hell on earth would be years of entering the same old numbers and facts. (And when we say years, we mean anything over five minutes.) You've got a great mind and a creative spirit — so use it!









Take this test!


You may not cry all the time, or insist on black nail polish, but you still aren't fooling anyone. Even if you try to keep your emo tendencies under control, your studded belt buckle is still showing, and we're pretty sure we saw you doodling black hearts the other day.

Go ahead and deny it all you want, but it's pretty obvious. You have a heart and a sensitive side, and you put them both to good use. Maybe you don't look on the bright side quite often enough, though. Try to embrace the good things in life a little more — you'll see that the glass is actually half full!





Wááááte?!







Take this test!


How great would it be to get thrust up on your adoring fans' shoulders? To see people running to say thank you for all the beautiful work you do? To have a bookcase chock-full of awards and trophies? It's no wonder that you just can't get enough when it comes to glory. And with your drive and competitive sprit, it's no wonder. A pro at working your way to the top, you make sure nothing stands in your way — and that you get credit. Admit it, don't you sort of wish you could still get merit badges for all the great things you do every day?

Even though it'd be nice to be born rich like a Hilton, have an ultra-famous parent, or get to sweep up all the swag bag goodies at Sundance, you'll be much happier in the long run if you actually earn your attention. And we have no doubt you will!











Take this test!


Raise your hand if you can picture yourself at the head of the class — any class. Though sometimes you might crack under pressure, that doesn't mean you're not brave and strong; you just care about doing things right. After all, you don't want to mess up your toads' eye and frogs' blood spell, do you?


Some people might say you could stand to work a bit less, but you know a little sweat will get you right to the top. And, hey, if you have a spare second can you help us with our homework? Thanks!





I knew it!

it's there I'll plant these seeds and make my home

Às vezes parece que não consigo esperar mais.

mmkay

Nas últimas duas noites o meu subconsciente tem tido algumas das manifestações mais bizarras de sempre - o que já de si é dizer muito. Anteontem, sonhei que não tinha percepção do espaço, da esquerda e da direita. Sim, isto é possível. Dormia convencida que estava virada para o lado esquerdo, até que batia com a cabeça na parede. Isto aconteceu uma quantidade exagerada de vezes, incluindo achar que estava em casa e acordar e estar aqui, etecétera. Hoje foi ainda mais bizarro.
Eram cinco da manhã. Batiam-me à porta. Abria, era um exército de soldados chineses (*vzzt*) com espingardas a forçar-nos a sair dos quartos e entrar numas carrinhas que tinham lá em baixo. Aterrorizada juntei-me a eles, mas pedi a um amigo meu para se pôr em frente a um dos chineses para lhe tapar o campo de visão para eu poder fugir pela escada de incêndio que não, não estava guardada. Quando cheguei lá abaixo escondi-me atrás dum pilar e vi as carrinhas afastarem-se. De resto, não me lembro de mais nada.
Portanto agora conlicença mas vou ali dar um estalo a mim mesma que hoje bem mereço e comer aqueles canellonis do Minipreço que são viciantes (não tanto quanto os raviolis do Pingo Doce, mas anda lá perto).

BMFA

Poetry has no place for a heart that's a whore
And I'm young and I'm strong
But I feel old and tired
Over fired
And I've been poked and stoked
It's all smoke, there's no more fire
Only desire
For you, whoever you are
For you, whoever you are
You say my time here has been some sort of joke
That I've been messing around
Some sort of incubating period
For when I really come around
But I'm cracking up
And you have no idea
No idea how it feels to be on your own
In your own home
With the fucking phone
And the mother of gloom
In your bedroom
Standing over your head
With her hand in your head
With her hand in your head
I will not pretend
I will not put on a smile
I will not say I'm alright for you
When all I wanted was to be good
To do everything in truth
To do everything in truth
Oh I wish, I wish, I wish I was born a man
So I could learn how to stand up for myself
Like those guys with guitars
I've been watching in bars
Who've been stamping their feet to a different beat
To a different beat
I will not pretend
I will not put on a smile
I will not say I'm alright for you
When all I wanted was to be good
To do everything in truth
To do everything in truth
You bloody motherfucking asshole
You bloody motherfucking asshole
You bloody motherfucking asshole
You bloody
I will not pretend
I will not put on a smile
I will not say I'm alright for you
For you, whoever you are
For you, whoever you are
Martha Wainwright, Bloody Mother Fucking Asshole, Martha Wainwright

Sunday, January 27, 2008

corner of wrong

Ontem fiquei assim parva quase em choque até porque tinha confundido o nome da banda, Vanilla Sky, com Vanilla Ice. O Vanilla Ice é um dos meus comic relief preferidos, portanto um vídelo dele a ridicularizar-se era maravilhoso. Mas não chegou a tanto.

Thursday, January 24, 2008

the picture's far too big to look at kid

Há vezes em que alguma informação devia permanecer com as pessoas que a têm. Não vejo o porquê da necessidade de abrir a boca e de abalar um caminho que já de si se tem vindo a revelar tortuoso. Estava quase, quase lá; a barreira do ódio estava mais sólida do que nunca, a casca da indiferença já estava a endurecer. Até que algo que não devia ter sabido ainda conseguiu deixar a sua marca. Compreendo que digas que nunca aconteceu nada, isso ainda é o menos. Mas foi a sério, e tu sabes que foi. Mesmo quando já tinha aceite o facto de nada daquilo ter importado, de ter andado a fazer figura de estúpida durante umas semanas... afinal para ti também era mais do que isso. E saber isso abalou um bocado a confiança. Veio instalar-se no subconsciente e fazer com que sejam as horas que são e estar aqui mais acordada do que nunca, com uma sensação de nostalgia a congestionar-me o peito, a lembrar-me do que acabei de sonhar, a lembrar-me daquela noite, naquele restaurante, a minha coragem em dar o primeiro passo em direcção a algo que ia ser uma das experiências mais esmagadoras da minha vida ainda curtinha (felizmente). Se realmente era algo mais do que um passatempo para ti, então porquê?!

Depois disto há muito pouca coisa que me consiga deitar abaixo, pelo menos da maneira que me deitava abaixo antes. Nunca pensei que mais uma vez a mesma coisa me fosse acontecer, que a minha confiança em alguém fosse de novo testada daquela maneira. Não sei se estou completamente à vontade com o "eu" que voltou a surgir depois de tudo ter (quase) passado, mas penso estar ligeiramente orgulhosa de ser um "eu" muito mais céptico e difícil de se surpreender. A verdade é que já ultrapassei quase tudo, relativamente a esta história. Mas ainda há resquícios suficientes para que uma simples informação consiga deixar as coisas voltar atrás um bocadinho.

The phone slips from a loose grip
Words were missed then, some apology
Like "I didn't want to tell you this - no, it's just some guy she's been hanging out with...
oh, I dunno, the past couple of weeks I guess.
"Thank you", and hang up the phone
Let the funeral start, hear the casket close
Let's pin split black ribbons to your overcoat
Still laughter pours from under doors in this house
I don't understand that sound no more
Seems artificial like a TV set.
Haligh, haligh, a lie haligh
This weight it must be satisfied
You offer only one reply
You know not what you do.
As you tear and tear your hair from roots
Off that same head you've twice removed a lock of hair
You said you'd prove our love would never die.
Well... ha, ha, ha.
I remember everything...
The words we spoke on freezing South street
And all those mornings watching you get ready for school
You combed your hair inside that mirror
The one you painted blue and glued with jewelry tears
Something about those bright colours would always make you feel better.
But now we speak with ruined tongues and the words we say aren't meant for anyone.
It's just a mumbled sentence to a passing acquantaince...
But there was once you!
You said you hate my suffering, and you understood
And you'd take care of me... You'd always be there...
Oh, where are you now?
Haligh, Haligh, a lie, Haligh
The plans were never finalized
But left to hang like yarn entwined, dangling before my eyes
As you tear and tear your hair from roots
Off that same head you've twice removed
A lock of hair you said would prove our love would never die.
And I sing and sing of awful things
The pleasure that my sadness brings
As my fingers press onto the strings you get another clumsy chord.
Oh Haligh, Haligh an awful lie!
This weight will now be satisfied!
I'm gonna give you only one reply: I know not who I am!
But I talk in the mirror to the stranger that appears
Our conversations are circles, always one-sided
Nothing is clear...
Except we keep coming back to this meaning that I lack
It says the choices were given, now you must live them.
... Or just not live...
... but do you want that?

- Bright Eyes, "Haligh, Haligh, A Lie, Haligh", Fevers and Mirrors.

Wednesday, January 23, 2008

Ainda o 'Atonement'

Não tem spoiler, é só uma cena muito boa:





Tuesday, January 22, 2008

<3



Senhoras e senhores, estamos perante um filme que roça a perfeição. Na minha humilde opinião, claro está - isto para evitar ser apunhalada pela facção pseudo-intelectual que grita "blockbuster" à mínima coisinha. É uma história sobre como a inocência pode levar à cegueira e à estupidez, como pode ser eternamente responsável pelos destinos de duas vidas que deviam ter sido vividas juntas. Vistas bem as coisas, a história é relativamente simples: uma família abastada, uma rapariga demasiado imaginativa com um fraco pelo rapaz que está apaixonado pela irmã mais velha, uma oportunidade de se vingar, um erro que dura uma vida inteira. Mas é o modo como está feito, a intensidade das representações, o imenso poder das imagens e da própria música (o juntarem sons de máquina de escrever à música fica simplesmente genial), tudo se une e comunica com quem vê de uma maneira que mexe com os sentidos. A sequência na praia está de cortar a respiração, todo o esmagamento emocional que aquilo transmite, o prenúncio de um fim trágico e próximo que por momentos somos levados a acreditar que não se vai concretizar. É um filme lindíssimo, com imagens poderosíssimas e muito simbólicas nalguns casos. É uma história sobre... sobre culpa, de um certo ponto de vista, sobre o tentar retribuir aquilo que se tirou através da ficção, quando a realidade já não o permite. É, sobretudo, humano.
Sim, vieram-me as lágrimas aos olhos em várias cenas do filme por causa de pormenores mínimos, mas no fim o nó na garganta tornou-se tão apertado que foi impossível conter mais. Chorei, chorei bem e volto a chorar.

"I wish I knew how to quit you."



Foi inesperado, chocante. Mais do que com o Brad Renfro, que já parecia ter perdido muito há algum tempo. Com o Heath Ledger, tudo parecia promissor para o futuro, desde que nos apresentou um inesquecível Ennis del Mar. Estava a fazer um papel que devia ser um desafio no The Dark Knight, mas provavelmente nada disso era suficiente. Dizem que foi overdose. Nunca tinha ouvido falar de problemas com droga da parte dele, mas também sempre foi muito discreto quanto à vida privada, e na indústria cinematográfica droga é o que não falta. Foi o que escrevi relativamente ao Brad Renfro. A indústria corrompe. Embora neste caso penso que tenha sido algo muito maior. De qualquer das maneiras, é uma perda significativa para a nova geração de actores; era talvez um dos que mais se destacava, um dos que tinha um futuro mais chamativo. Não sei que escrever mais. Foi completamente inesperado.

todos agora!




Ceeelebration time come on!

Being for the Benefit of Mr. Kite

O Eddie Izzard a cantar isto é tão engraçado! O YouTube já não funciona por aqui, mas para quem estiver interessado (e para quem ainda não viu o Across the Universe) vão lá ver. Este homem é giríssimo.

Monday, January 21, 2008

it's business time

Antes de o ver, pensei que fosse um novo filme do género Ken Park ou The Dreamers, que entretém e do qual se consegue sempre extrair alguma coisa, mas não pensava que fosse por aí além. Sabia da parte explícita, mas achava que para ter causado tanto burburinho, não podia ser só por isso (quer dizer, provavelmente até é visto tudo o que roça o pornográfico deixar toda a gente alvoroçada). Mas este não é um filme sobre sexo, nem um filme semi-pornográfico ou com pornografia gratuita. Tem tudo isso, é certo, mas abrange algo muito maior: a meu ver, é um filme sobre a sociedade adulta dos nossos dias, que vive num mundo onde o sexo cada vez ganha mair importância e influência, na qual não estar à altura é mais importante do que um abraço ao final do dia ou uma relação baseada em amor e confiança. Para onde quer que nos viremos, temos sexo e alusões a sexo escarrapachadas em todo o lado. Mesmo em nós próprios, o mínimo comentário leva-nos a associar a outra coisa completamente diferente; mas a culpa não é nossa, é do que está lá fora que tanto nos influencia. E o que acontece? Perdemo-nos. As relações tornam-se mais frágeis porque aquilo que as une ser tão bom mas tão efémero, ao mesmo tempo. Duas pessoas podem estar numa relação longa e serem completos estranhos um para o outro, por mais que julgam que se amem. Este filme também fala sobre isso, sobre a descoberta um do outro, sobre a primeira vez que o outro nos abre uma janela para o seu mundo e nos deixa entrar um bocadinho nele. Sobre pessoas que vivem sobre a escravidão do sexo, que fazem disso uma vida e que por isso sabem de cor os podres de tudo aquilo, e por isso se desiludem e já nada mais parece importar, até a nossa identidade se começa a desvanecer. É um filme sobre relações humanas nos dias de hoje. Nada mais do que isso. Julgar ou criticar um filme por ter demasiadas cenas explícitas é como criticar a nossa própria vida porque, vamos admiti-lo, todos nós já fizemos uma indecência ou outra.

A banda-sonora é genial (ou não fosse produzida pela Team Love - editora do Conor), algumas das interpretações são de cortar a respiração (especialmente a de James, a cena de quase-suicídio está filmada duma maneira lindíssima) e... todo ele é lindo. Brilhante, tocante e lindo.

Sunday, January 20, 2008

Girl, you'll be a woman soon



Uma! Uma! Uma!

Como é que isto me escapou...

O Brad Renfro morreu. Descobri agora através do blog d'Os Dias de Criswell. Estou estupefacta com isto, e como é que não tinha ouvido isto antes. Nos últimos 10 anos teve problemas de álcool e droga, mas parece que estava em fase de recuperação. Foi encontrado morto na Terça-feira, em casa. Tinha 25 anos. Não consigo acreditar que isto aconteceu. Nos meus pre-teens era fã - até aluguei aquele filme em que o Ian McKellen é nazi e põe gatos no forno -, e nunca me esqueci da maneira como ele fez de Huckleberry Finn no Tom and Huck, uma adaptação mázinha mas na qual ele se destacava, mesmo. Era tudo o que eu achava que o Huckleberry Finn devia ser. Este deve ser provavelmente o pior filme da carreira dele, mas é aquele que me lembro melhor, foi através dele que o conheci e que fui vendo os outros filmes. Não sei se será o River Phoenix da nossa geração, mas como disse Criswell no blog, vamos rever os filmes com ele com outros olhos, tal como aconteceu com Phoenix.





Mais um caso de child actors que se perdem. Porque a indústria é uma merda que corrompe.

Saturday, January 19, 2008

The pledge

Senhor omnipresente,

Tenho-me portado relativamente bem (embora se o senhor é, realmente, omnipresente, sabe que não é verdade) e acho que estou no meu direito de receber uma prendinha. Assim uma coisa bonita para pôr por baixo do psiché ou do piano, para enfeitar mas que também seja manuseável. Algo como isto:




Prometo que trato muito bem dele nem o obrigo a cantar-me o Strawberry Fields hora sim, hora não. Não sou apologista de nenhum tipo de tortura.
Muito obrigada,
Lyra.
Este antro ganhou um irmão, onde vou pondo algumas coisas que não se enquadram muito bem no que eu ainda quero fazer disto. Ver ali por baixo de Return to Oz.



O Porto às 8 da manhã. Em Campanhã é o dobro. Porque em Campanhã é onde tudo começa. O nevoeiro, a chuva, a trovoada.

haja paciência

Nr que não conheço: Olá tudo bem nunca mais deste notícias foi sol de pouca dura jinhs

Lyra: Olha, roubaram-me o tlm e perdi os nrs, talvez tenha sido por isso :/ E já agora, podias-me dizer quem és? É que cm perdi os nrs n tou a ver...

Nr que não conheço: Lamento...,,,

Lyra: Mas quem és?

Nr que não conheço: Os momentos são curtos e a memória ainda é mais curta...

Lyra: Pronto, ta bem. Deves achar q n tenho mais q fzr. S realmente me conheces, perdi os nrs e dsc se nao sei nrs de cor. se tas a gozar c a minha cara, pah, tem paciencia.

Nr que não conheço: Desculpa...


Olha que também, pá.

Wednesday, January 16, 2008

misheard lyrics III

(me first)

"Don't Cry for Me Argentina"
Misheard Lyrics:
Don't cry for me Marge and Tina
Original Lyrics:
Don't cry for me Argentina


E agora todos:

Hoop, Leggy Blonde, you got it goin' on
Wanna see you wearin' that thong thong thong
See you gettin' down till the break of dawn
*Mumble mumble mumble*
Panties on

Tuesday, January 15, 2008

misheard lyrics II

"Hallelujah"
Misheard Lyrics:
The holy duck was moving too.
Original Lyrics:
The holy dove was moving too.

"A Hard Day's Night" - The Beatles
Misheard Lyrics:
So why on Earth should I moan?
'Cos when I get you alone
You know I feel all gay.
Original Lyrics:
So why on Earth should I moan?
'Cos when I get you alone
You know I feel okay.

"All You Need Is Love" - The Beatles
Misheard Lyrics:
All Anita's love
Original Lyrics:
All you need is love.

"Fake Plastic Trees"
Misheard Lyrics:
But I can't help the feeling
I could blow through the C.I.A.
Original Lyrics:
But I can't help the feeling
I could blow through the ceiling.

"Fake Plastic Trees"
Misheard Lyrics:
In a town full of Robert Plants (lol!)
Original Lyrics:
In a town full of rubber plants

Moisés foi ao médico

"O amor foi um conceito inventado por um senhor emocionalmente deficiente num delírio de parvoíce, ao qual as pessoas se agarraram durante séculos. Foi derramado sangue, foram vertidas lágrimas, trocadas cartas, viradas as páginas. Foram épocas gloriosas com testemunhos de verdadeira paixão, de verdadeiro desejo, de um romantismo exacerbado em que a vida sem o outro era impensável, de duelos, de ilusões, de cartas escondidas nos decotes ou nas pregas dos regaços. Foram épocas em que o amor era simples, em que esse tal conceito mirabolante até parecia ter algum significado. Era o inominável, o sentimento que os fazia esquecer quem eram e perder todo o sentido da razão. Era simples porque havia menos escolha. Era simples porque era difícil, mas fazia sentido, era real. Hoje, parece que já ninguém se apaixona de verdade. Parece antes que andam cegos em busca desse antigo ideal de paixão que se perdeu em páginas de romances que já ninguém lê. Idealizam esse amor, fingem vivê-lo – mas não o vivem. E quem realmente o viveu, prefere nunca ter sentido aquela pontada no peito, naquela noite, naquele momento."

- R. M. S.

Nunca se deve julgar um livro pela capa - ou, neste caso, pelo título. Pode-nos induzir em erro, e dávamos por nós a perder um dos melhores romances contemporâneos Norte-Americanos. O meu interesse surgiu depois de saber que a autora, Nicole Krauss, era casada com um dos meus mais-que-tudo, o Jonathan Safran Foer. Pensei que para um dos meus mais-que-tudo ter casado com outra escritora, era porque tinha alguma coisa que a destacasse. E tem. Imenso. Dizem que o seu primeiro romance, Man Walks Into A Room, catapultou-a logo para uma posição de sucesso; quanto a isso não sei, porque não o li nem me lembro de o ter visto à venda cá. Mas este A História do Amor está simplesmente delicioso.
Circula à volta, não da história do "amor" propriamente dito, mas à volta de um livro chamado A História do Amor, que influenciou várias pessoas em diversas gerações; pessoas que se encontram mais próximo uma das outras do que alguma vez julgaram pensar, unidas por um único nome: Alma. Temos Leopold Gursky, idoso que se sente vazio, que já não tem nada que esperar da vida que o desiludiu, nem do amor que lhe escapou por entre os dedos. Passou o resto da sua vida preso em recordações daquela infância perdida na Polónia, com a sua Alma perto de si, e obcecado com o filho que tem e que nunca conheceu. Depois há Alma Singer, adolescente dos nossos tempos, baptizada com o nome de Alma em honra da Alma de A História do Amor. Orfã de pai desde muito cedo, vê no livro uma data de pistas que a podem levar a descobrir algo que possa fazer com que a mãe se volte a sentir feliz. A sua busca vai ganhando objectivos diferentes à medida que a história avança, acabando por ser mais uma busca da sua própria identidade. Por fim, como terceira voz do livro, há Zvi Litvinoff, autor da História do Amor mas que carrega consigo um segredo que lhe consome a vida aos poucos.
É a história de vários amores perdidos, e duma busca incessante por algo. Pela Alma de cada um.
É escrito com um humor muito subtil, mas que funciona muito bem. Provoca aquele sorrisinho no canto do lábio. Curioso é notar na escrita de Nicole Krauss alguns dos traços de Jonathan Safran Foer - nomeadamente a imaginação (embora isso pertença a cada um), o tema da busca.
No final, algumas das personagens que julgávamos ser algo não o são. E vice-versa. É um livro muito, muito bom, que se lê num só fôlego de tão delicioso que é.



"Agora que a minha está quase a acabar, posso dizer que a coisa que mais me surpreendeu na vida é a nossa capacidade de mudança. Num dia somos uma pessoa e no dia seguinte dizem-nos que somos um cão. A princípio, é difícil de suportar, mas passado pouco tempo aprendemos a não ver isso como uma perda. Às vezes chega a tornar-se hilariante verificar quão pouco precisamos que se mantenha na mesma para que prossigamos esse esforço a que chamam, à falta de melhor, ser-se humano."

- p. 299

"Não é que nos tenhamos esquecido da linguagem dos gestos por completo. O hábito de movermos as nossas mãos enquanto falamos ficou-nos desse tempo. Bater palmas, apontar com o dedo, esticar o polegar para cima: são tudo artefactos de gestos antigos. Dar as mãos, por exemplo, é uma forma de relembrarmos a sensação de estarmos juntos sem dizer nada. E à noite, quando a escuridão já não nos deixa ver, sentimos a necessidade de gesticular uns aos outros para nos fazermos entender."

- p. 98




Monday, January 14, 2008



So fucking boring que nem aguentamos até ao fim. Cenas de 5 minutos do senhor às voltas ao MacDonalds.

- Hmm yeah that's the rest of the movie.
- Yeah, they didn't know what to do with it so he's just gonna drive around for like 15 minutes and then *gesto* credits.

Não digo que não seja um clássico e blablabla. Mas bolas.
- Vou ter uma cozinha (talvez)

- E uma sala (talvez)

- Mas mais espaço (check)

evil machines

As edições avulso do Friends em DVD têm episódios nos dois lados de cada disco. Estava a quatro episódios do fim da sétima série, a quatro episódios do casamento da Monica com o Chandler, a três episódios de ver o pai do Chandler que deve ser uma personagem daquelas, quando viro o disco e o leitor empanca. Experimento no PC, o PC bloqueia e fico sem Flash. Depois de tentar e tentar e tentar (ad infinitum) desisti. Nisto, pego nas minhas tamanquinhas e tento no SurftheChannel ou no Youtube (o último só para ver uns clips, o que fosse) e eis que descubro que não tenho mesmo o Flash. Fula da vida, apeteceu-me atirar o PC contra a parede e partir o disco a meio, mas boa pessoa como sou, tenho contenção. Porque a contenção é uma coisa muito bonita. Podia ir à Fnac reclamar, mas geralmente quando uma pessoa compra um DVD original a última coisa que lhe passa pela cabeça é que possa estar avariado. Pelo menos a mim, que sou muito inocentezinha, pobre alma. Portanto, quase acabada:



Vou começar:



Porque não é que não saiba como a 7 acaba. E gravadinha, que já não estou para coisas. Mas o Gary Oldman entrava no último episódio. Nervos!

Sunday, January 13, 2008

God knows how I adore life
When the wind turns on the shores lies another day
I cannot ask for more

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Oh mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime

When the time bell blows my heart
And I have scored a better day
Well nobody made this war of mine

And the moments that I enjoy
A place of love and mystery
I'll be there anytime

Mysteries of love
Where war is no more
I'll be there anytime

misheard lyrics

"Kashmir" - Led Zeppelin
Misheard Lyrics:
Don't let your son beat down upon my face.
Original Lyrics:
Oh, let the sun beat down upon my face.

"Stairway to Heaven" - Led Zeppelin
Misheard Lyrics:
If there's a bust down in your hetro, don't be a lawman.
Original Lyrics:
If there's a bustle in your hedgerow, don't be alarmed now.

"Born To Make You Happy." - Britney Spears
Misheard Lyrics:
I use porn to make you happy. (lol)
Original Lyrics:
I was born to make you happy.

"Call Me" - Blondie
Misheard Lyrics:
Carlene!
Original Lyrics:
Call me!


"Life On Mars" - David Báuie
Misheard Lyrics:
Sailors fighting in the dance hall
Oh Man! Look at those gay men go.
Original Lyrics:
Sailors fighting in the dance hall
Oh Man! Look at those cavemen go.

"Allergic" - Placebo
Misheard Lyrics:
Let me down, let me pee. (antes de conhecer a Allergic confesso que por um nano-segundo achei que o Brian devia estar parvo)
Original Lyrics:
Let me down, let me-he.

"Bruise Pristine" - Placebo
Misheard Lyrics:
Bruce Springsteen. (?!)
Original Lyrics:
Bruise, Pristine.

"Nancy Boy" - Placebo
Misheard Lyrics:
Woman man or mother monkey
Just another happy junkie.
Original Lyrics:
Woman man or modern monkey
Just another happy junkie.

(:x)

"Scared Of Girls" - Placebo
Misheard Lyrics:
An extroverted kind of girl did tour the world with N-Sync Live
Original Lyrics:
An extroverted kind of girl did tour the world with MC5

"Special K" - Placebo
Misheard Lyrics:
Just like I swallow that moustache
I never ever wanted cash
Original Lyrics:
Just like I swallowed half my stash
I never ever wanted to crash

"Taste In Men" - Placebo
Misheard Lyrics:
Change your testament.
Original Lyrics:
Change your taste in men.

"Without You I'm Nothing" - Placebo
Misheard Lyrics:
I take the plane, spin it sideways.
Original Lyrics:
I take the plan, spin it sideways.

"Emotion Sickness" - Silverchair
Misheard Lyrics:
Burn my Nissan.
Original Lyrics:
Burn my knees and...

"Freak" - Silverchair
Misheard Lyrics:
No more babies babies gotta break this
Original Lyrics:
No more maybes your baby has got rabies

Friday, January 11, 2008

Felizmente, esta fase já passou. Mas a Judy dá um sentimento a isto que arrepia.


The night is bitter
The stars have lost their glitter
The winds grow colder
And suddenly you're older
And all because
Of the man
That got away

No more his eager call
The writing's on the wall
The dreams you dreamed have all
Gone astray

The man that won you
Has run off and undone you
That great beginning
Has seen its final inning
Don't know what happened
It's all a crazy game

No more that all time thrill
For you've been through the mill
And never a new love will
Be the same

Good riddance, good-bye
Every trick of his you're on to
But fools will be fools
And where's he gone to

The road gets rougher
It's lonelier and tougher
With hope you burn up
Tomorrow he will turn up
There's just no let up
The live long night and day

Ever since this world began
There is nothing sadder than
A one-man woman
Looking for the man
That got away

Thursday, January 10, 2008

tipo coisas giras



Victor Horta, Interior da Tassel House, 1893



Domenech i Montaner, Palácio da Música Catalã, 1805-08, Barcelona (vitral do tecto do vestíbulo)



Alphonse Mucha, Quatro Estações



William Morris, papel de parede



Philippe Webb, Red House, 1858-60, Kent (casa de William Morris que eu quero uma igual)

Embora algumas coisas pareçam muito banais, como algumas do William Morris que têm meramente um carácter decorativo, há que as inserir no período em que apareceram. Particularmente as do Morris, que se pode dizer ter sido um impulsionador do design, embora contra os processos de produção industriais (que segundo ele criavam coisas de mau gosto, descaracterizadas). Por mais banais que sejam, adoro os motivos dele para papéis de parede, tapeçarias, o que seja. Embora seja uma grande fã da estética do Romantismo, sou da opinião que as coisas que se produziram durante o período Art Nouveau são das mais graciosas, harmoniosas e, por vezes, vanguardistas (Gaudí) de qualquer movimento anterior. Só o uso dos vidros e do ferro forjado e tudo ali combinadinho para ficar tão bonito...

insulatar

Para além do facto da revolução que vai no blog da Lilystrange (ver link ali mais abaixo que não tenho jeito para isto) por causa dos Tokio Hotel ser ridícula, ainda se torna mais ridícula porque é um perfeito espelho daquilo que se anda a passar nas cabeças das jovens de 13-15 anos de hoje em dia. No meu tempo, coitadas, já não eram grande coisa (ou melhor, já não éramos, não era especial), mas ficavam-se por aquele estado de espírito tipicamente teenager de dizer mal de gente que não conhece só porque as faz sentir bem. Agora não sabem escrever. Sempre vi aqueles planos nacionais de leitura como uma iniciativa necessária, mas não urgente. Aqueles concursos de ortografia, achava-os puro entretenimento. Mas não. Isto está mesmo a descambar, e se aquilo é uma amostra do que se vê hoje nas escolas, se aquilo é o nosso futuro, estamos mal. Está bem que o novo acordo ortográfico vem simplificar-lhes as coisas - embora eu me mantenha firme e continue a escrever como aprendi - mas... ver cedilhas onde não as há, substituir as que deviam existir por dois "s", conjugações verbais absolutamente assustadoras, substituir "z" por "s", fora as coisas que não se conseguem perceber. Talvez seja mania minha. Estou de certeza a generalizar o mal comum. Mas sempre fui muito picuinhas quanto a erros de ortografia, faz-me imensa confusão, mexe-me assim com os nervos, pronto. É uma mania Monica.

bah humbug!

Não é que me considere uma pessoa especialmente atenta ao que se passa neste país - e geralmente as coisas costumam passar-me ao lado. Mas não haver referendo sobre o Tratado de Lisboa? É tudo medo que os resultados apontassem para o "Não", lá tinha o Sócrates de enfiar o barrete depois da parafernália que montou com a Presidência da UE e mais não sei o quê. Era uma barraquinha, mas ao menos tínhamos o direito de escolher! Porque depois as eventuais consequências vão cair em cima de quem? Do Sr. Sócrates? Deve ser. Espero mesmo que esta tristeza também não aconteça no Reino Unido, que segundo consta é o maior entrave à aprovação do tratado. Não é por ser contra ou a favor do Tratado - embora seja relativamente anti-UE - mas porque... temos direito a escolher! Liberdade de escolha! Que raio de parvoíce.
Parvoíce também é vir escrito na caixa de Cannellonis com Espinafres "colocar na tempretaura máxima"

Wednesday, January 9, 2008

I'll fight like hell to hide that I'm giving up.

Monday, January 7, 2008

something special for the ladies



Is that possible?!
Is that physically possible?!

Saturday, January 5, 2008

san francisco, here I come!

Doll, you just earned yourself a tag.




Está muito mal filmado e ele parece a reincarnação de Jesus por causa da mancha branca que é ao longe. Mas esta música, já pela Judy (amor), é daquelas que apetece dançar à Cabaret a rodar o cinto das calças ou do roupão ou o que for. Não que eu faça isso. Mas apetece.

Friday, January 4, 2008

momentos estúpedos no. 1

Tenho um medo terrível de andar de avião. Entro em stress horas antes, tenho sempre que tomar um calmante para além do comprimido para o enjoo e mesmo assim passo os voos inteiros sem conseguir dormir, agarrada aos braços do banco com os olhos muito abertos. Tenho a teoria de "Ok, há turbulência, mas se os hospedeiros não estão preocupados eu também não me vou preocupar". Mas para quem tem mesmo medo de andar de avião sabe que qualquer pensamento deste género nos deixa assim que sentimos o poço de ar a seguir. Graças a este medo crónico, já fiz a minha parte de figuras tristes dentro de aviões e em aeroportos, entre os quais:

- Antes do avião levantar, ouvia-se um apito insistente vindo dos bancos da frente mas eu, burra, meti na cabeça que era o avião que estava com problemas e que ninguém da tripulação se apercebia. Nota: quem tem medo de andar de avião pensa que sabe mais que a tripulação. Comecei a entrar em pânico porque já estávamos a andar e o apito não parava. Chamei um senhor. Depois de conversa e mais conversa, cheguei à triste conclusão que o apito vinha duma consola de um miúdo que se tinha esquecido de a desligar.

- Este é o mais parvo e hoje tenho mesmo muita vergonha em ter pensado o que pensei, mas uma pessoa em pânico pensa em tudo e mais alguma coisa, menos no que é racional. Foi este ano, no aeroporto de Luton, antes de embarcar para voltar para Lisboa. Estavamos todos em fila à espera que nos chamassem (um bocado à paragem de autocarro, porque isto voos lowcost são assim), até que eu reparo num homem árabe um pouco mais acima, nas escadas. Quando digo árabe, digo que encaixava em todo o estereótipo de árabe que conhecemos: o olhar duro e assustador, a barba, o turbante, a roupa. Tinha mesmo cara de mau. E o que é que eu faço? Começo a entrar em pânico. E 'o que é que ele tem na mala? o que é que ele tem no saco de plástico?'. Para agravar a situação, ele estava a ler um livro em voz alta, a murmurar o que lia, e meti na cabeça que era o Alcorão e que estava a fazer as últimas rezas (não sei se antes de um atentado se costumam fazer rezas, mas naquele dia faziam). Comecei a dizer que não queria entrar no avião. Mas entrei. Ficou umas filas atrás de mim, eu a olhar fixamente para ele. Cada vez que ele se mexia, eu virava o pescoço. O meu maior medo residia no saquinho de plástico branco que tinha abaixo dos pés e que não tinha metido dentro da mala. Levantámos voo, eu sempre atenta. Lembro-me que até vinha a ler uma crítica a um concerto de Bright Eyes com a Gillian Welch mas que não fixei nada porque pelo canto do olho estava sempre a espiar o senhor. Até que, de repente, ele se curva para tirar qualquer coisa do saco de plástico. O meu estômago encolheu-se. Ele estava com a testa franzida, como se se estivesse a concentrar nalguma coisa. Comecei a atazanar a minha mãe, a perguntar o que é que ele estava fazer e 'oh meu Deus não acredito nisto'. Ele levanta-se, e na mão trazia uma sandes do Prêt-a-Manger. Gostava só de deixar aqui bem esclarecido que ainda hoje sou gozada por este ataque de pânico e que é daquelas coisas que me gosto de lembrar para me rir sozinha. De mim. O que não é nada deprimente.

*aww*

Queria só os últimos minutos porque acho que é um dos melhores momentos da Monica, mas não há pronto, vai assim. Sim, estás-te sempre a queixar. Estou.



Só para esclarecer, eu não ando especificamente à procura de cenas com o Chandler e a Monica porque prefiro ver nos episódios como um sujeito normal e nada obcecado. Acontece que há uma comunidade enorme de fãs dos dois no Youtube que dá estes nomes obsessivos às cenas. Vi isto num episódio da 5ª série que para a semana deve dar na televisão ou assim.

french issues





Porque realmente é verdade! Que raio de uso é que se dá a frases como 'il a cassé une jambe et il va manquer à l'école' num contexto de conversação em francês?

- Ah oui, je voudrais un croissant avec un café au lait, si vous plaît. Et j'ai cassé une jambe et je vais manquer à l'école.

Thursday, January 3, 2008

Et maintenant le voyage à le supermarché

A MCM é um canal humorístico. Cada vídeo que vejo faz-me ficar estática a olhar para a televisão de boca aberta (o fiozinho de baba dispensa-se). A mais recente WTF-quice é um vídeo não sei de quem, mas que tem um homem horrível vestido de miúda com uma peruca loira e mini-saia e mais não sei o quê que está ao telefone com uma amiga que só diz "ouais" e "ridicule" e assim e que se abana em frente a outro homem igualmente horrível a dizer "parle a ma man". Tentei ver se o encontrava para pôr aqui, mas infelizmente não consegui. Porque é uma pérola do Parolo (sim, com P grande).

Wednesday, January 2, 2008

ainda a zadie smith

Enquanto estava a folhear a minha Bíblia para ver o que dizia sobre o Mario Puzo (vá-se lá saber porquê, não é verdade, Jenny?), encontrei dois 'artigos', chamemos-lhe assim, sobre o White Teeth e o On Beauty da Zadie Smith (também descobri que o nome verdadeiro é Sadie). Sobre o On Beauty, diz isto:

"This is a novel about art, love, race, class, family, England and America, and the beautiful and the ugly. The plot turns around the relations between the Kipps and the Belseys, two families who have directly opposing views on art, politics, and religion. The Belseys are a secular ramshackle of a family, anti-war, anti-state religion, anti the idealization of art. The Kippses are right-wing Christians, impassioned by traditional family values, devout in their belief that art is a gift from God. The tension between these two families crystallizes around a disagreement about Rembrandt, as both Howard Belsey and Monty Kipps are academics writing books about the painter.


The beauty of the novel is that, whilst it is organized around a set of apparently stable oppositions, Smith's prose is subtle and nuanced enough to seek out those places where such oppositions are unsettled. At the heart of the novel is a moving relationship between two women, the wives of the egotistical academics Howard and Monty. Their relationship stretches across all of the divides that the novel charts, but they find, to their own constant surprise, that they are able to find some common ground. This novel is a virtual rewriting of Forster's Howard's End, a work in which Forster urges us to "only connect". In rewriting Forster for the new millennium, Zadie Smith has given us some new ways to connect, some new ways to reconcile the differences that separate and define us."
- 1001 Books ..., Peter Boxall.

doggy bounce

Acabei ontem a primeira série de Flight of the Conchords. Estou aqui mortinha que comecem a passar a segunda, porque a sério. O Bret no último episódio está em alta. Vou pôr dois vídeos, incluindo aquele do outro post que não deu e que vale mesmo a pena..

Bret - I dance all the time... I dance at parties... I dance when I'm angry...




Too many muthuckas uckin' with my shi

much ado about nothing

As adaptações para cinema de peças de Shakespeare têm aquele dom especial de me mexer com os nervos. São geralmente feitas pelo Kenneth Branagh, o que faz com que se assuma logo que "hmm é bom" sem realmente pensar sobre o que se está a ver. É feito pelo Kenneth Branagh, é bom. Depois tem-se muito aquela mania de "vamos mostrar como Shakespeare se consegue adaptar aos dias de hoje!" e vá de transformar as peças em dramas de adolescência como no 10 Things I Hate About You. Contudo, o 10 Things I Hate About You consegue ser tolerável e porquê? Porque do original, basicamente, só tem a história. Não põe adolescentes a falar com nariz empinado, a despejar texto com uma entoação super-artificial e um sotaque inglês forçado mas sem sentir nada do que estão a dizer. Resultado? Não se percebe nada. Tem-se uma fala de oito linhas que podia ser resumida a uma expressão como "ela não recebeu a minha carta hoje". Não que as falas sejam más; o Sr. Shakespeare tem o seu mérito. O problema é sempre quem as diz. O pior exemplo de tudo isto que escrevi é isto:



"Love's Labour's Lost"


E que tem ainda uma característica que as adaptações de Shakespeare para cinema costumam ter que me esqueci de referir: o elenco ser composto por actores que raramente aparecem porque... deixa ver, não prestam?, mas que se aproveitam do facto de estarem a fazer Shakespeare para tentarem mostrar ao mundo que conseguem representar. E conseguem? Não! Fazem o que escrevi acima: sotaque inglês forçado, expressões forçadas e um misto de coisas que só me apetece espancá-los que me enerva tanto que ai. Outra coisa que o Kenneth Branagh se lembrou para este filme foi de o tornar num musical dos anos 30. Que coisa deliciosa. Pôr actores que não sabem representar a cantar. Resultado? "Oh é uma adaptação tão boa do sempre formidável Kenneth Branagh e torna-se curioso por ver actores que nunca vimos a cantar a cantar e a dançar como nunca vimos igual". Tretas. A Alicia Silverstone é boa actriz? Aquele do Scream que tinha cara de alucinado e queria mandar o fígado de não sei quem pelo correio, é bom actor? Esse então é que se via que estava a fazer over-acting como quem inspira e expira. É muito bom, maravilhoso.

Ok, mas não estou a criticar todas as adaptações nem todo o trabalho do Kenneth Branagh. O Hamlet é tolerável (graças à Kate Winslet) e o mais recente As You Like It, para além de todo o "vamos encher isto de orientalismos" vale pela Bryce Dallas Howard.

Também não estou a dizer que conheço bem Shakespeare, porque não conheço. Comprei a biografia que saiu há pouco tempo, do Peter Ackroyd, mas ainda não tive tempo de passar das primeiras páginas portanto, para além dos filmes e de algumas peças que vi cá, sou praticamente ignorante. Mas consigo, felizmente, discernir entre o bom, o mau e o patético e pronto.